Itens compartilhados de Juliano

segunda-feira, 31 de março de 2008

ザ・ブーム / The Boom

"The Boom" é um grupo pop japonês que tem uma influência muito grande da música brasileira (além de outras, é claro) e faz umas músicas meio experimentais, das quais esta é um exemplo. Coisa de japonês, mas eu gostei.


手紙 Carta

歌手:THE BOOM
作詞:宮沢和史 Letra: Kazufumi Miyazawa
作曲:宮沢和史 Música: Kazufumi Miyazawa




毎日毎日、君に手紙を書いているんだけど、
なぜか出せないままでいる。
なにかと世の中、回るのが早くて、
昨日書いたものが、今朝にはもう白けて映るんだ。
急いで君に伝えたいことがあるわけじゃないし、
君が元気なのを僕は知っている。

Todo dia, todo dia eu tenho escrito cartas para você,
mas não sei porque não as envio.
Pensando bem, o mundo gira depressa,
e o que escrevi ontem, hoje de manhã já perdeu a cor.
É que não tenho nada para lhe dizer urgentemente,
e sei que você está indo bem.

ただ、こうして便箋にペンを泳がせ、
行間でお茶を入れては、日々の生活の隙間を埋めている。
生きているから時間が過ぎていくのか、
時間をつぶすために生きているのか、時々それが判らなくなる。

Passeando assim a caneta pelo papel de carta,
fazendo um chazinho nas entrelinhas, vou apenas tampando as frestas da vida cotidiana.
O tempo vai passando porque estou vivendo,
ou vivo para passar o tempo, às vezes eu não entendo isso.

たまぁに、人の顔が動物に見える時はないかい?
先日、飲み屋の客全てがいろんな動物に見えてきたんだ。
そこはもう、鳥獣戯画の宴のよう。
気味が悪くて、すぐ部屋に帰ったんだけど、
鏡に写る自分の顔を見て、やけにフケてきたなぁって思ったよ。
猜疑心と達観の間で、妙な顔色をしている。
人を傷つけた分だけ心が濁っていくのが、よく判るんだ。
ところで 嘘をついた時ほど寝つけない夜はないけど、
眠れない夜こそ自分に素直になれるっていうのも、おかしな話だよね。

Bem de vez em quando, não tem hora que os rostos das pessoas se parecem com animais?
Ontem, todos os clientes do bar se pareciam com esses bichos.
Era uma festa como uma caricatura zoológica.
Tão esquisito que logo eu voltei para casa.
Olhando meu próprio rosto refletido no espelho, pensei: "pô, tô ficando terrívelmente velho!"
Entre a desconfiança e a iluminação, meu rosto fica com uma cor estranha.
Meu coração vai se sujando só com as mágoas que causei às pessoas, mas isso eu entendo bem.
A propósito, menos que as mentiras que eu disse, há noites que eu não consigo dormir,
mas as noites insones, é estranho dizer que essas me fazem uma pessoa melhor, não é?

Now I'm just standing here Winds rage upon me
Though I'm the only one I go on singing new songs

Agora estou só de pé aqui. Ventos passam com fúria sobre mim.
Apesar de ser o único, eu continuo cantando novas canções.

近頃、自分の周りでも世間でも、嫌なニュースばかりが飛び込んでくるよ。
そんな時は、柳の木の下で、
まるで、みの虫のようにじっと待つしかないんだ。
風が止むのを待つのは、すごく長く感じるけど、
別に何も失うものはないし、鼻クソほじってたって地球は回ってるよ。
それにしても、お気楽な音楽が蔓延してて、まるで公害のようだね。
この巨大な渦の中心にいるのは、いったい誰なんだろう。
きっと、誰もいやしないよ。
今は風が止むのを待った方がいい。
その間に僕らはナイフを研いでおくべきだ。

Esses dias, só notícias ruins aparecem voando ao meu redor e no mundo em geral.
Nessas horas, só se pode esperar quietinho como uma mariposa debaixo do salgueiro.
O tempo esperando o vento parar parece muito longo,
mas não estou perdendo nada mesmo e a terra vai girando enquanto vou limpando meu nariz.
E mesmo assim, uma música divertida fica impregnando o ar como poluição.
Eu, que estou no meio deste redemoinho gigantesco, afinal quem sou?
Certamente, ninguém tem cura.
O melhor a fazer agora é esperar o vento parar.
Enquanto isso, nós devemos deixar as facas afiadas.

本当は、君も僕も人前に立つべき人間じゃないのかもしれない。
きっと、僕らの夢を完璧に成し遂げてくれるシンガーが出てきたら、
僕はギターとマイクを置いて、
そいつの歌に夢中になってるかもしれない。
僕はただ、音楽を愛していたいだけだ。
ロックンロールに、こめかみを撃ち貫かれたいだけなんだ。

A verdade deve ser que eu e você não somos pessoas para ficar na frente dos outros.
Certamente, se aparecer um cantor que realize completamente nossos sonhos,
eu pego o violão e o microfone,
e talvez fique absorvido com a música desse cara.
Eu só quero é amar a música.
Eu só quero é ter minhas têmporas atravessadas pelo rock’n’roll.

Now I'm just standing here Winds rage upon me
Though I'm the only one I go on singing new songs

人々はもう、ロックンロールなんて必要としていないのかもしれない。
だけど、ロックンロールは決して死ぬことはない。
僕は、そう思いながら生きている。
誰かが僕を愛してくれるなら、
その全ての人を道づれにしたいと思ってるんだ。
ロックンロールの限り無き、うねりの中へ。

As pessoas talvez já não achem mais que rock’n’roll é importante.
No entanto, o rock’n’roll não morrerá de jeito nenhum.
Eu penso assim e vou vivendo.
Eu penso que se pessoas vierem a me amar,
eu quero levá-las todas comigo em minha viagem.
Para dentro do redemoinho do rock’n’roll sem limites.

君も一緒に行かないかい? 今度、電話でもするよ。

Você não quer ir junto comigo? Da próxima, eu te ligo, tá?

PS: Olha esta música do mesmo Miyazawa...

カラオケ・노래방・卡拉OK

Ontem fomos (com os brasileiros que estão aqui a negócios) a um karaoke, ou norebang (quarto de canções, como se diz na Coréia). Eles são nikkeis, para quem não sabe, japoneses nascidos no Brasil, e apreciadores da cultura karokística. Eu, com minha "febre-amarela", meu espírito oriental, também gosto. Chegando lá, nos arrumamos (5 pessoas) em uma salinha particular com capacidade para umas 8-10 pessoas sentadas, uma tv de umas 40 polegadas e quatro caixas de som de alta qualidade (ou hi-fi como se dizia nos antigamentes). Estávamos eu e Eun Bee, o dono da empresa com a esposa e o advogado (100% carioca). Comecei cantando Kanpai (乾杯), uma música pop-tradicional japonesa, pra levantar o ânimo dos "chefes". Eles gostaram da idéia e se empolgaram a procurar músicas no livrão (uma pasta com aqueles envelopes plásticos pra pôr duas folhas de papel uma de costas pra outra, sabe?, de uns dois quilos e muitas páginas). Primeiro foi a esposa a cantar e depois o marido. Comigo intercalando com algumas músicas japonesa e coreanas. Eun Bee cantou duas, Itta Ittayo (이따 이따요) e Eomeona (어머나). Além de Kanpai, cantei Mujokeon (무조건/無条件) (Desconsiderem as fotos do vietnamita...) (E aqui vocês podem ver é uma paródia que fizeram para o candidato a presidente, e que acabou sendo eleito, I Myeong Bak (이명박/李明博) ou Lee Myung-bak), Tsunami, I Love You, Subaru (昴)... Dona Elisa queria cantar Pusan-han e kaere (釜山港へ帰れ) ou Dorawayo Busan-hang e (돌아와요 부산항에) com Eun Bee já que é uma música nipo-coreana ou coreo-japonesa, mas Eun Bee não lembrava a letra. Sr. Carlos cantou várias que eu não conhecia e infelizmente não me lembro dos nomes. No final das contas, ficamos os três praticamente sem voz, mas felizes da vida. Sr. Carlos disse que já fazia uns bons anos que ele não ia a um Karaoke mesmo, só cantava em casa. Dona Elisa também ficou feliz. Como Eun Bee só cantou duas músicas (a timidez não deixa cantar mais), ela ainda estava bem no final, falando normalmente. :)
Foi bem divertido. Só o advogado, mencionado no início do post, que não se divertiu tanto (por falta de música pra ele; até tentamos achar um Besame Mucho, mas eles não tinham...).

A surpresa é que das 5 músicas que eu cantei, tirei 100 pontos em 3 delas, além de um noventa e poucos com I Love You (essa é mais difícil mesmo)! Óia! Tô ficando quase profissional! Güenta a mão aí que daqui a pouco eu até apareço na TV! (hahaha)

Um abraço pra todos (com a voz rouca...)

De Globo Igneo et Flammeulla

Eu tava escrevendo o post anterior e escutando uns mp3 perdidos que eu acabei achando e que estão sem nome. Resolvi embaralhar a lista e botar pra tocar tudo. Estava perdido no lirismo de Herivelto Martins na voz de Bethânia...

Enquanto ainda estava meio perdido entre as figuras de linguagem e as imagens poéticas, imaginando mundos e fundos, ouvi uma coisa que me deixou assustado: um paradoxo, uma antítese, uma coide loco... Ou vi uns tal de "piririm piririm piririm, alguém ligou pra mim"! Foi um contraste tão forte e tão forte que ficou até irônico.

Tentemos fazer uma comparação entre as duas obras primas da cultura popular brasileira:




Atiraste Uma Pedra
Herivelto Martins

Composição: Herivelto Martins e David Nasser

Atiraste uma pedra no peito de quem só te fez tanto bem
E quebraste um telhado, perdeste um abrigo
Feriste um amigo

Conseguiste magoar quem das mágoas te livrou
Atiraste uma pedra com as mãos que essa boca
Tantas vezes beijou

Quebraste o telhado
Que nas noites de frio te servia de abrigo
Feriste um amigo que os teus erros não viu
E o teu pranto enxugou

Mas acima de tudo atiraste uma pedra
Turvando esta água
Esta água que um dia, por estranha ironia,
Tua sede matou

Quebraste o telhado
Que nas noites de frio te servia de abrigo
Feriste um amigo que os teus erros não viu
E o teu pranto enxugou

Mas acima de tudo atiraste uma pedra
Turvando esta água
Esta água que um dia, por estranha ironia,
Tua sede matou

Atiraste uma pedra no peito de quem
Só te fez tanto bem

Atoladinha
Bola de Fogo

Composição: Mc Sandrinho

Alô?
Qual é foguenta?
Quem tá falando?
Sou eu Bola De Fogo...e aê tá de bobeira hoje?
Tô...
Vamu dá um rolé na praia, mó solzão praia da Barra...
Já é..
Então vou ai ti buscar,valeu?
Valeu...
Então...Fui!!!

Piririn, piririn, piririn
Alguém ligou pra mim
Piririn, piririn, piririn
Alguém ligou pra mim
Quem é?
Sou eu Bola de Fogo
E o calor ta de matar
Vai ser na praia da Barra
Que uma moda eu vou lançar
Vai me enterrar na areia?
Não, não vou atolar
Vai me enterrar na areia?
Não, não vou atolar
To ficando atoladinha
To ficando atoladinha
To ficando atoladinha
calma,calma foguentinha


Piririm, piririm, piririm
Alguém ligou pra mim
Piririm, piririm, piririm
Alguém ligou pra mim
Quem é?
Sou eu Bola de Fogo
E o calor ta de matar
Vai ser na praia da Barra
Que uma moda eu vou lançar
Vai me enterrar na areia?
Não, não vou atolar
Vai me enterrar na areia?
Não, não vou atolar

To ficando atoladinha
To ficando atoladinha
To ficando atoladinha
Calma, calma foguentinha
[4x]

Sem mais comentários...

De gadgetibus electronicis ;)

Gente, eu me lembro mais ou menos de quando cheguei por aqui e me deixava levar pela quantidade de novidades eletrônicas que via pelas ruas. E também pela naturalidade com que os coreanos lidavam com isso... São celulares dmb (que recebem transmissões de tv), laptops (de todas as cores, tamanho, formatos e sabores...), mp3 players (que agora estão meio demodés), pmp's (sucessores dos mp3; sigla de "portable media players"). Agora estão chegando os mini laptops de baixo custo tipo o Eee da Asus, por preço de banana split (um pouco mais caro que banana)... São milhares de coisinhas que podem ser compradas por quem quiser. Essa é a maior diferença, creio eu. Maior até do que a tecnologia em si. Como bom brasileiro (não tão bom assim, já que não me interesso por futebol e nem sem dançar, mas vá lá...), isso chega a ser obsceno! A liberdade de consumo é um ponto que chega a chocar. Não posso dizer que chegue ao ponto do Japão (meu Japão é o de mais de 7 anos atrás, não posso dizer como anda agora, mas suponho que não tenha mudado tanto), onde os eletrônicos chegam a ser um pouco mais baratos, mas mesmo assim, não é uma diferença tão brutal como a com o Brasil. Tudo bem que agora, com o dólar baixo, a tendência dos eletrônicos é baratear um pouco, mas mesmo assim, os preços continuam meio abusivos no Brasil pelas informações que tive.
A grande diferença daqui com o Japão, é mesmo no preço dos telefones celulares. No Japão, eles ainda continuam distribuindo celulares de graça. Aqui na Coréia não. Você tem que pagar a máquina, mesmo que de vez em quando, haja algum tipo de promoção dando celulares por aí. Mas pelo que fiquei sabendo aqui, o governo meio que proibiu a venda de aparelhos por 0 (zero) won, por causa da população que tinha a tendência de trocar de aparelho de 3 em 3 meses, mais ou menos. Isso criava uma geração de lixo tecnológico muito grande e o governo não gostou. Então, se quiser um aparelho, tem que pagar por ele pra ficar com dó de se desfazer do mesmo com muita facilidade. No entanto, eu acabei trocando meu aparelho esses dias, tem menos de um mês, por um aparelho da LG da linha CYON. Fiquei feliz com a troca, principalmente pelo design do aparelho que é fininho (o meu anterior era quase um tijolo) e pelo tamanho da tela que é relativamente grande. Celular 3G, com internet (meio cara, dependendo do plano), MP3 player, memória interna de 64 MB e chip de memória externa de 2 GB, câmera (foto/vídeo) e vídeo-fone. Este não pega TV, mas pra mim tudo bem. Estou destelevisificado ultimamente. Preço? Cerca de 30 dólares, porque já é um modelo antiquado (menos de um ano). Acho que isso ainda não tem no nosso Brasil varonil, tem? Eu lembro que quando eu tava saindo daí, tinha umas promoções da Claro de cel por 1 real, mas que eu me lembre o aparelho era bem meia-boca. Como andam as coisas agora por aí?
A Eun Bee aproveitou e comprou um pra ela também. Ela quis avacalhar e comprar um modelo novo. O principal é que não tem teclado é tudo na base de toque na tela (ou tatiscrim pros metidos), além de uma câmera com flash de uns 5 megapíxels (ou píxeis?). Na verdade, ela queria um iPhone, mas não temos previsão de chegada do bichinho por aqui. Então ele contentou mesmo com o "Veauty", também da linha CYON da LG. O preço aí já foi mais salgadinho por se tratar de um modelo novo, quentinho, acabado de sair do forno. Uns quatrocentos dólares. Mesmo assim, não é tanto dinheiro por aqui. Quem quer comprar, compra. Não tem esse negócio de ficar fazendo carnê pra pagar em 48 vezes (me lembrei do Caco Antibes: "Eu tenho horror a pobre!" Lembram-se?). Quem quer compra; quem não quer, não. No máximo, eles dividem em duas vezes no cartão. E aí? Quando é que vamos chegar a esse ponto? Já que vivemos numa sociedade capitalista, já que a mídia nos bombardeia com as mensagens liminares e subliminares do "Compre! Compre! E seja feliz!", deveríamos pelos menos poder realizar nossos desejos. Isso pelo menos seria mais justo. Ou então façam o que fez o Kim Il Sung e fechem as fronteiras e se ensimesmem e creiam que só o que há no Brasil é o melhor e que nós nos bastamos a nós mesmos, e que não há problemas, e que não há tristezas... Qual seria melhor? Voltar no tempo ou caminhar adiante? Só tem um problema: sem igualdade de oportunidades, não há "adiante". O dia que tivermos isso pelo menos, já teremos conseguido um enorme avanço. Não é necessário que haja distribuição forçada de renda ou de outra coisa que seja, basta ter igualdade de oportunidade e educação para que a pessoa possa escolher o que quer fazer de sua vida e arcar com as conseqüências dessa escolha feita com base no conhecimento. Acho o brasileiro um povo muito estagnado, muito passivo, que aceita muita coisa sem se mexer. Precisamos de educação de qualidade e não da educação "estatística" que foi instituída "recentemente".
Não digo aqui que somos os únicos com problemas, há gente bem pior que a gente por aí; mas também há gente em bem melhor situação. Também não digo que todos os problemas serão solucionados caso consigamos desenvolver esses pequenos pontos. Todos têm problemas, mas os problemas serão menores e de menor gravidade do que os que temos hoje em dia.
Ao invés de se acomodar, e esperar o que os outros podem fazer, poderíamos pensar em fazer algo nós mesmos, não? É interessante sairmos do país e ver outras realidades e aprender a ver coisas que parecem óbvias, mas que podem ser observadas de outro ponto de vista... e talvez até solucionada. Mas essa "cegueira social" é muito difícil de ser curada, a não ser por meio de educação e trabalho árduo. Não creio que vejamos os resultados com nossos olhos, mas poderíamos pelo menos deixar o lugar mais arrumadinho pros nossos descentes. A Coréia teve um século XX terrível, saída de milênios de feudalismo; foi invadida pelos japoneses, guerreou entre seu próprio povo por questões ideológicas, saiu da guerra na miséria, teve problemas de pobreza extrema e de fome até há poucos anos (20 a 30 anos atrás), mas hoje em dia com educação e com o trabalho em conjunto da sociedade, eles se desenvolveram de uma forma impressionante. Não dá pra imaginar o que era isso aqui e o que virou. Por essas e outras é que eu fico meio triste com nossa terra adorada, idolatrada, salve, salve. Mas ainda não perdi as esperanças. Quem sabe um dia o povo acorda, né? Quem sabe o "gigante eternamente adormecido em berço esplêndido" não acorde e dê uma saidinha pra ver o que que há além do berço. Afinal, a esperança é a última que morre.

PS: Desculpem o desabafo, mas a postagem criou vida e tomou uma direção que não consegui segurar... afinal é uma coisa que sempre está passando por minha cabeça no dia-a-dia aqui na península.

Um abraço.

De integribus vocibus linguae coreanae

Andei falando a respeito da pronúncia da língua coreana lá no orkut também e aproveito para citar-me e piratear-me, copiando o que disse aqui para o blog. Como tive retorno a respeito da postagem sobre os sistemas de transliteração, acho que um pouco mais sobre pronúncia não faria mal a ninguém.

Aí vai:

Quero aprender coreano
(706 membros)

a questão da pronúncia...

eu também tinha muitas dúvidas quanto à pronúncia do coreano quando comecei a estudar. principalmente quanto às consoantes. o grande problema é que o sistema de sons que eles usam é bem diferente do usado pela língua portuguesa e isso leva um tempo pra assimilar e entender. a primeira coisa a entender é a diferença entre as consoantes do português e as do coreano.
em português, temos só um tipo de constraste entre p/b t/d k/g tch/dj. cientificamente todos esses pares são formados da mesma forma com apenas uma diferença: a vibração ou não das cordas vocais simultanemente à produção das consoantes. nos exemplos dados, a primeira consoante não produz vibração e a segunda sim. no coreano, a distinção é bem diferente: eles têm 3 tipos de diferença e normalmente a vibração das cordas vocais é secundária e não primária como é em português!!!

ㄱ/ㄲ/ㅋ ㄷ/ㄸ/ㅌ ㅂ/ㅍ/ㅃ ㅈ/ㅉ/ㅊ. nesses grupos, a primeira consoante é suave, a segunda é tensa e a terceira é aspirada. traduzindo: a 1a é pronunciada de forma bem relaxada, mais fraca; a 2a é pronunciada com bastante força na garganta; a 3a é pronunciada com uma grande saída de ar. se você pronunciar as 3 com um guardanapo de papel um pouco à frente da boca, o papel não se movimenta nas 2 primeiras mas na 3a ele tem que se mover bastante; é como uma pequena explosão.
para nós brasileiros, as vogais brandas parecem ter dois sons diferentes porque em português a sonorização (o movimento das cordas vocais) é muitíssimo distintivo. em coreano, nem tanto porque o que é importante é a saída do ar e a tensão na garganta.

como TODAS as vogais são sonoras, isto é, produzidas com vibração das cordas vocais, elas influenciam as consoantes suaves e só elas porque elas são mais fracas e mais volúveis (ㄱ,ㄷ,ㅂ,ㅈ). então é por isso que no começo de uma palavra, parece, para nós brasileiros, que eles estão falando k ao invés de g. isso é porque a vibração das cordas vocais começa bem mais tarde que no português, isto é, só quando a vogal seguinte aparece. por exemplo: um brasileiro quando fala "baba" começa a vibrar as cordas vocais antes de começar a palavra, fazendo com que o som do B seja bem mais forte. um coreano não: ele faz o B só na boca sem as cordas vocais e só começa a vibração quando chega a vogal. já o próximo B como está depois do A, pega carona na vibração anterior e se junta com a vibração do A que vem depois e, por isso, soa igualzinho ao B do português! na verdade, a consoante é a mesma, isto é, a posição dos órgãos da fala (lábios, língua, garganta) mais a quantidade de ar é exatamente a mesma, só a vibração das cordas vocais varia. por isso é que 바바 parece PABA para um brasileiro... mas quando um brasileiro fala PABA, um coreano escuta 빠바 porque o P do português é bem mais forte (tenso) que o ㅂ do coreano!!!

isso para um brasileiro é um GRANDE problema! temos que esquecer que a vibração das cordas vocais em coreano não é tão importante quanto é em português! o importante sempre é a força com que a consoante é pronunciada! na transliteração, isto é, quando se escreve coreano com o alfabeto latino, a consoante mais suave é escrita G, a tensa: GG, a aspirada: K.
Em comparação com o português, ㄲ é bem parecida com nosso K, ㄱ entre vogais é idêntica ao nosso G e ㅋ com muita saída de ar não existe normalmente pra gente, mas em inglês é bem comum...
isso se aplica a todas as outras consoantes desse grupo:

1 2 3
ㄱ g ㄲ gg ㅋ k
ㄷ d ㄸ dd ㅌ t
ㅂ b ㅃ bb ㅍ p
ㅈ j ㅉ jj ㅊ ch

1: suave e com alguma saída de ar
2: tensa e com quase nenhuma saída de ar
3: com muita saída de ar

um ótimo exercício é treinar com um guardanapo a alguns centímetros à frente da boca! parece besta, mas funciona! 1 e 2, não mexe quase nada. 3, quase sai voando!

espero ter podido ajudar um pouco com esse dilema que o brasileiro tem quando tenta aprender coreano...
já faz quase oito meses que estou aqui em Seul estudando coreano para entrar no curso de mestrado em lingüística na Universidade Nacional de Seul, mas eu posso dizer que não é fácil não. A pronúncia é um dos pontos mais difíceis pra gente. Então eu aconselho a quem mora em São Paulo, vai no Bom Retiro, escuta as pessoas conversando, tenta falar alguma coisa com eles, vai no restaurante 귀거래 e conversa com o 절수씨, um garçom brasileiro que atende em coreano fluente, ou na mercearia 오뚜기 onde tem uns atendentes brasileiros que também falam. Procure usar a língua. Pra quem não mora em SP, compre livros com CDs pela internet, procure coisas no www.naver.com, assista vídeos na internet, ouça músicas. o contato com o som é de extrema importância pra gente começar a perceber esses pequenos detalhes. Tente fazer amigos coreanos! E não se esqueça de fazer papel de bobo para os outros (e de inteligente para você mesmo) falando em voz alta os textos dos livros! Todo mundo pergunta: "você FALA coreano? (ou inglês, japonês, alemão, o que seja...). Ninguém pergunta: "você RESMUNGA coreano?". Pense nisso: praticar em voz alta é a melhor solução para qualquer língua! Não tenha medo! Não pense no que os outros vão pensar agora que você está exercitando, pense no que eles vão falar depois quando você estiver falando!

palavra final

a questão da pronúncia não acaba aqui. o problema é que não tenho mais tempo e não posso continuar. mas vou deixar uma lição de casa.

nós brasileiros não ligamos a mínima para o coitadinho do M e do N... em posição final! pense bem: PAM, PAN, PÃ. como você leu? PÃ, PÃ, PÃ? pois é... no Brasil não faz a mínima diferença como se escreve: o som sai igual. mas porque existem então duas letras M e N? porque na verdade os sons são muito diferentes!!!! pense no M e no N no começo de uma sílaba: MA e NA, p ex. são diferentes? então: no final de sílaba (isso na esmagadora maioria das línguas!!! português é que é a exceção!!!) também são diferentes, guardando a mesma diferença que fazem no começo da sílaba.

se for difícil, tente imaginar um E-zinho minúsculo no final das palavras. PAMe, PANe, e PÃ (muito parecido com PANG). Vá repetindo muitas vezes a mesma sílaba e devagarzinho, pouco a pouco, vai diminuindo a força desse E-zinho até ele desaparecer, mas parecendo que ele ainda está lá! Tcham tcham tcham tcham! Aí está vc pronunciou corretamente a diferença do M e do N.

o negócio é que a gente pensa que acabou pronunciando 빰 빤 빵, né? quase... outro grande, enorme, monstruoso problema do brasileiro é pensar que o mesmo A de bAla é o mesmo A de cAma! e NÃO é! a gente muda o A quando tem algum som nasal por perto... cAma, cÂntaro, cÃibra são muito diferentes de cAlo, cAbo, cAsa... então, em coreano e a imensa maioria de outras línguas neste nosso mundão NÃO faz isso! então tente manter todos os sons das vogais como eles são, não importando o que vem antes ou depois... nesse caso igual ao espanhol, sem mudança de som em nenhuma vogal A é A, E é E, O é O, etc...

Agora, pense também no L no finaL de sílaba. brasiL ou brasíU??? por que muda??? em coreano... pense!

Ex orcuti (Me deu uma saudade de latim esses dias...)

No ano passado andei escrevendo no Orkut, na comunidade "Quero aprender coreano", algumas informações a respeito da bolsa de estudos para a Coréia. Caso alguém se interesse, aí vai!

Quero aprender coreano


Estudar na Coreia

Oi, gente. Faz tempo que eu nao apareco por aqui por falta de tempo... Mas estive lendo por ai pelos topicos e percebi que tem gente que tem vontade de vir pra Coreia pra estudar. Eu sou um exemplo disso. Sou formado em linguistica na USP e sempre tive muita fascinacao pela Asia. Ja tinha feito um intercambio no Japao, em 2000, e agora decidi vir para a Coreia. Cheguei aqui no ano passado, em agosto, para o mestrado em linguistica. Eu posso dizer que ter uma nocao de japones ajuda - e muito - aprender Coreano e vice-versa. A estrutura das duas linguas eh sim muito parecida.
Eu, por exemplo, acabei de comecar meu curso de mestrado na Universidade Nacional de Seul (a principal universidade daqui) agora em setembro. Para quem tiver interesse em um curso de mestrado ou doutorado por aqui, dah uma passada em algum consulado ou na embaixada coreana. O movimento ainda eh baixo e, por exemplo, este ano foi escolhido um cara do Brasil, mas ele acabou desistindo. Eu suponho que acabou nao vindo ninguem por falta de candidato, ja que normalmente neste tipo de bolsa, sempre ha pelo menos uma segunda colocacao no caso de desistencia do agraciado.
Normalmente quem vem tem um ano de estudo de lingua corena na universidade de Kyunghee (http://www.khu.ac.kr) e depois segue para qualquer universidade escolhida pelo aluno para o curso de mestrado ou doutorado em qualquer area e ainda ha a possibilidade de estudos em ingles (o que a grande maioria faz).
Fora isso, o convivio com gente de cada cantinho do nosso planeta torna a experiencia muito mais interessante: quando eh que eu imaginaria que eu seria vizinho de gente do Laos, Costa Rica, China, Republica Tcheca, Quirguistao, Bangladesh, Vietna, Sudao, Marrocos, etc., etc.???
Eh muito legal e vale a pena.
Pra quem tem interesse, eu tenho um blog (apesar de nao ter muito tempo pra escrever) e la tem um pouco mais de informacao: http://jjunho.blogspot.com .
Um grande abraco e muito sorte para todos! Persigam seus sonhos que eles se tornam realidade!^^
04/11/07

Esqueci...
O site do orgao responsavel pelos intercambios eh este:
http://www.ied.go.kr/english/

Mas pra conseguir a bolsa, tem de entrar em contato e passar pelo processo seletivo do consulado ou da embaixada no Brasil. OK?

Um abraco

Juliano
04/11/07

Outra coisa interessante...

Esqueci de dizer que a bolsa cobre passagem de ida e volta para Coreia, gastos com estudo (quase irrestrito: dependendo do resultado academico do aluno), mais uma bolsa mensal de 850.000 wons (940 dolares no cambio atual - suficiente para viver bem por aqui), mais auxilio para compra de material escolar uma vez por semestre no valor de 250.000 wons (275 dolares), alem de viagens junto com a galera de bolsistas para varias partes da Coreia durante o ano. Muuuito legal!^^ Eh claro, que precisa estudar tambem, senao nao da, ne?^^
21/11/07

Oi, gente. Mais informações.

Também pelo NIIED tem um programa de estudo de língua e cultura coreana. A diferença é que esse tem que ser pago. Mas, em comparação com outras escolas por aqui, é bem mais barato. Normalmente é utilizado por coreanos nascidos no exterior que vêm para aprender a língua e a cultura da Coréia a mando dos pais, mas também é aberto a estrangeiros interessados. Funciona por trimestres e dá direito a moradia e a refeições. O dormitório fica a um minuto do prédio do NIIED onde as aulas são dadas. Se não me engano, o valor fica por volta de 700-800 dólares, o que não é caro, já que só o aluguel de um apartamento estilo kitchenette fica na casa dos USD300-400 com seguro-fiança de USD 15-20.000!!! O preço de um curso de coreano de 10 semanas em uma faculdade conhecida fica por volta de USD1500... Então, é só sair e procurar informações pela internet, consulados e embaixada.

Um abraço e boa sorte

domingo, 30 de março de 2008

De rebus socialibus

Esses dias chegou uma comitiva de uma empresa brasileira para fazer negócios com empresas coreanas e eu os acabei conhecendo. A propósito, o almoço de aniversário a que tenho que ir daqui a pouco é de um deles.

Conversa vai, conversa vem, acabou o papo chegando às inevitáveis comparações sociais. "Nossa, os coreanos fazem assim, né? Os coreanos fazem assado... Etcétera e tal."

Pois bem, uma das comparações foi o "oba-oba", o "empurra-empurra" ou o "vup-vup" (como diz minha mãe).

Não sei se vocês se lembram de quando eu falei do pali-pali, o "rápido-rápido", a palavra mais pronunciada (ambivalência semântica intencional) por estas bandas. Tudo tem que ser rapidinho. Não importa, no entanto, se seja bem feito ou não. Basta a rapidez, a velocidade, a presteza, a anti-inércia.

O momento mais notável é nos meios de transporte de massa: metrôs, ônibus (plural), escadas rolantes e afins.

O momento de embarque/desembarque é uma competição inconsciente para ver quem consegue embarcar/desembarcar primeiro que o "oponente". Não importando que dispositivos se usem para que o feito atinja pleno sucesso. Leia-se: é um empurra-empurra do cão.

As ruas, ruelas, vias e vielas do bairro de Myeongdong (명동/明洞), meca de todas "as" jovens, bem como algumas senhouras e vovós também, vivem congestionandamente lotadas. Conseqüentemente, o "empurra-empurra" toma lugar e eu me sinto num parque de diversões no carrinho bate-bate. Não importa quem esteja à frente, seja uma vovozinha (ou vovòzinha como se escrevia algum tempo atrás antes da reforma ortográfica que está para ser rereformada) ou seja um cara de dois metros de altura. E o mais notável é que geralmente quem está por trás do corre-corre e empurra-empurra são as mulheres. As senhouras de meia-idade pra cima, então, essas sim são um bulldozer! Passam arrastando tudo o que vêem pela frente. Em marcha acelerada de deixar o capitão Nascimento com orgulho, zero-um!

Em locais públicos de altíssima circulação, principalmente em estações metroviárias, é de praxe haver uma divisão pintada no centro dos corredores dividindo-os em duas vias - uma mão que vai e outra que vem. Isso funciona às vezes, mas na prática, nas horas de pico (praticamente o dia todo), ninguém liga pra isso; um turbilhão de pessoas indo e vindo e abrindo espaço para passar sem quase diminuir o passo da marcha. Dessas divisões, somente a das escadas rolantes é respeitada. A faixa da direita é para quem vai ficar parado e a da esquerda é para quem vai subir a escada rolante andando ou correndo. Esses dias, eu vi uns cartazes em várias estações do metrô onde se lia que o governo aboliu tal prática pelo fato de que muita gente já se machucou. De acordo com a estatística estampada em tal cartaz, somente no ano passado, mais de 400 pessoas se machucaram devido a trombadas e encontrões durante o movimento ascensório ou descensório de tais meios de transporte. Agora eu pergunto: alguém liga? Resposta: claro que não! Todo mundo olha os cartazes, faz cara de paisagem, e os ignora.

Essa questão de cartazes/placas proibitivas e/ou admoestativas é um fato que chega a ser cômico, pelo menos para mim.

É muito, mas muito comum mesmo ver placas de "Proibido Fumar" e uns dois ou três carinhas justamente à frente/embaixo das mesmas fumando deliciosa e calmamente seus cigarrinhos. Alguém fala alguma coisa? Não. Banheiros: outro lugar onde sempre se vêem tais plaquinhas. E o que se encontra dentro destes reinos da privacidade? Cinzeiros instalados ao lado dos mictórios e dos vasos sanitários cheios de guimbas e mais guimbas fumadas a bel-prazer.

Voltando a falar da questão das mãos de direção para pedestres, quando cheguei (agosto de 2006), havia nos metrôs plaquinhas nos degraus das escadas dizendo "O povo com educação caminha pelo lado esquerdo". Devo dizer que há essa tendência pelas ruas e outros locais de circulação de pedestres pela cidade, excetuando-se claro quando o número de pessoas não seja de 10 por metro quadrado. No fim do ano passado, porém, alguém do governo, que creio eu que não tinha muito o que fazer, resolveu soltar a seguinte pérola: "A mão inglesa (mão esquerda) nos foi imposta pelos colonizadores japoneses e não devemos aceitá-la, devemos seguir o resto do mundo que usa em sua grande maioria a mão direita para pedestres, assim como já fazemos com o trânsito de automóveis." Não sei exatamente quando começou isso, mas tudo o que tem uma conexão direta ou indireta aos malditos colonizadores japoneses deve ser expurgado da sociedade coreana como um câncer que macula a pureza do povo Choseon (조선/朝鮮) (nome tradicional da Coréia nos idos do milênio passado). Isso se vê principalmente no vocabulário. Há várias palavras japonesas que foram adotadas durante o período de colonização japonesa e que resistem firmes e fortes até o dia de hoje. Principalmente nomes de comida. Um exemplo é o caso do "kamaboko" (かまぼこ) japonês, um dos ingredientes utilizados na confecção do oden (おでん), o qual é chamado na coréia de "odeng" (오뎅). Todo mundo come odeng, todo mundo gosta de odeng, mas quando a gente aprende a falar odeng no curso de coreano o nome do odeng é "eomuk" (어묵/魚묵), isto é, pasta de peixe - palavra inventada por uma comissão criada pelo governo para a "reimaculificação" da língua coreana.

Em tempo, se alguém, por falta de atenção deixa escapar algum tipo de palavra assim na TV, acaba pedindo desculpa e se corrige dizendo a palavra coreana "pura". E olha que coreano pedir desculpa é um fato digno de nota - todo esse empurra-empurra sobre o qual discorri há pouco é efetuado sem a mínima intenção de expressar o menor pedido de desculpa que seja.

É claro essas e outras diferenças são fatos que só são percebidos por estrangeiros. Assim como um brasileiro pode achar estranho isso ou aquilo por aqui, eles quando vão ao Brasil também acham estranho outras coisas... É tudo uma questão de ponto de vista. E a gente que passa um bom tempo por aqui acaba por assimilar boa parte desses costumes e nem percebe que acaba fazendo o mesmo.

Bom, vou ficando por aqui. Até a próxima. E a questão da "colonização japonesa" merece uma postagem à parte. É uma coisa de louco mesmo.

Um abraço.

Pra quem anda pensando em se aventurar por este mundão

Tenho lido a BBC Brasil com bastante freqüência ultimamente. E agora eles lançaram uma nova série de reportagens a respeito de imigração (por causa do problema dos brasileiros na Espanha). Tem coisas interessantes. Histórias de sucesso e fracasso. Pontos a ponderar para quem quer se aventurar por aí.

Brasileiros sem fronteiras

Um abraço.

Posso fazer uma pergunta???

O que anda acontecendo com a nossa pátria mãe gentil, nossa terra de encantos mil, o nosso Brasil varonil???

Às vezes eu tenho medo do que está por vir...



PS: Alguém já viu um filme chamado "Idiocracy"? É uma daquelas comédias bestas americanas, no entanto, no fundo, me fez pensar muito... E eu fico com muito medo...

sábado, 29 de março de 2008

E aí, galerinha???

Tão gostando da nova periodicidade de postagens do nosso querido blog (ou será blogue?)? Eu fiquei bem feliz com os poucos, mas efetivos!, recadinhos de apoio que recebi em tão curto espaço de tempo! Muito obrigado, Flávia! (Suponho que seja a Flávia "Estadunidense" de Santox). Um abraço daqui do outro lado do Pacífico, tá? :)
Gostaria que o ímpeto que me assaltou a voltar a escrever meu bloguezinho querido (ou será bloguinho?) também me levasse a produzir mais nos meus estudos. Pois é. Eu gostaria tanto de fazer e estudar um monte de coisa, mas não sei que bicho me mordeu. Não sei se é algum desajuste social, se é cansaço mental por causa da língua (que não imaginava que ia me dar tanto trabalho), ou cansaço mental por causa da idade mesmo, uma vez que já passei dos 30 (!!!) e tento não pensar muito nisso. (Minhas cãs que o digam!) (E cã não é a mulher do cão não, tá?). Tô meio devagar... Tenho um sukche (sugje, swukcey, etc., dependendo do método usado pela romanização. (Cf. postagem anterior)), ou seja, uma lição de casa (ou dever de casa como dizem lá pelas Minas Gerais que eu conheço), a qual não é difícil de ser feita, mas que não sai do lugar. Empacou "que nem" uma mula véia... Não sai do lugar mesmo. E sempre quando eu decido que vou sentar pra fazer e terminar logo com isso, aparece/acontece alguma coisa/alguém que não me deixa "pogredir". Ô coisa de lôco, meu! Tenha a santa paciência!
Vocês devem estar se perguntando (se é que realmente têm algum interesse nessa baboseira sobre a qual discorro agora...): "Por que, então, senhor Juliano, não vai fazer isso agora ao invés de ficar escrevendo essas bobagens no blog (blogue?)?"
Respondo eu: "Até que eu gostaria, mas a cabeça está doendo (parece até desenho animado, sabe?, quando as cabeças dos personagens começam a latejar e vão inchando e murchando?). E pra escrever isto aqui é claro que eu não preciso pensar... É só ficar apertando umas teclinhas semi-aleatórias do teclado do computador... Oras!"
Amanhã, seria um ótimo dia pra eu mergulhar de cabeça na feitura de meu trabalho, mas aí acontece outra coisa: "festa de aniversário". Fui convidado, de forma alguma a contra-gosto, vou porque quero, mas sei que deveria ficar por aqui fazendo o que deveria fazer. Tento enganar-me e pensar que posso fazer o bendito do treco quando voltar pra casa depois, mas sei que não vou estar em condições físicas ou mentais pra poder boter o treco pra andar. Aí vem segunda, vem terça... E será que eu terei terminado até lá? Creio que não... Apesar de meus esforços contra esse futuro sombrio. Eu vou me esforçar, mas meu lado "realista", que me conhece como ninguém, vem aos meus ouvidos e sussurra: "será?"
Pois bem, amigo leitor... (Agora já posso escrever essas baboseiras semi-machadianas pois sei que há um punhadinho (uns dois ou três) de seres, que não devem ter muito o que fazer, os quais se aventuram (voluntariamente!!!) a tentar achar algo neste blog (blogue?) que se vos apresenta agora; e revivificado! Óia!

Se vocês têm alguma receita pra curar leseira acadêmico-criativa, por favor mande pra mim. Ficarei extremamente grato.

Um abraço.

PS: Esta postagem poderia se chamar "Parênteses". Alguém se aventura quantos que eu botei? Eu é que não faço isso agora, já fiz muito em escrever...

PPS: Depois de publicar eu li e vi que ficou uma postagem meio enigmática, meio confusa, hermética quase... Gostaria de poder corrigi-la, mas agora não dá. Tô cansado (dia longo) e com dor de cabeça... Deveria ir direto pra cama...

sexta-feira, 28 de março de 2008

Ah! Quase ia me esquecendo!

Não deixem de me mandar comentários, mensagens, sinais de fumaça, telepatia escrita, que senão eu perco a vontade e paro de escrever, tá? ;)

Um abraço pra todos. E muita saudade de quem tá longe...

Kimchi com Café - de volta a todo vapor!

Ói nóis aqui tra veiz!

Vim hoje à facu atendendo a pedidos de meu professor. Disse ele que queria que eu desse uma olhada num texto que ele vai mandar pra uma revista científica. Era pra eu checar e mudar a formatação de acordo com o que é pedido pelos editores. Fiz. Tava até bom o inglês, fora a pontuação que era um horror (mas isso passa), mas a coisa de louco era a transliteração do coreano para o alfabeto latino. Culpa dele? Não. Culpa dos milhares de sistemas ainda em uso ou os que já se aposentaram mas ainda deixaram uns rastros por aqui e por ali...
Lingüisticamente falando, o coreano (a língua, não o sujeito que vive comendo kimchi) é uma língua um pouco diferente no que toca à fon-fon, isto é, fonética e fonologia. Ao contrário da maioria das línguas mais conhecidas e mais faladas neste mundão de Deus, que fazem a distinção das consoantes entre surdas e sonoras, o coreano faz distinção das consoantes em suaves, tensas e aspiradas, uma distinção ternária, ao contrário da distinção binária de línguas como o nosso português, o inglês, o francês, o japonês, etc. etc. etc. Traduzindo. As consoantes são normalmente ruídos, estalidos, atritos, constrições, ao passo que as vogais são sons, harmonicos e modulados. Pensem na diferença do som "ssssssss" e do som "aaaaaaa". O primeiro parece uma panela de pressão soltando ar, isto é, ruído. O segundo, por sua vez, pode até ser modulado e virar uma cançoneta (pequena canção, tá?) que pode ser formada de várias notas diferentes e coloridas, do dó ao si e de volta ao dó, formando toda uma escala linda e harmoniosamente sonora. Tudo bem até aqui? Então. No caso das consoantes, a grande maioria delas é compostas por irmãs gêmeas. Isso mesmo. São parecidas em tudo, mas têm apenas uma diferença: uma é surda, isto é, produzida sem vibração das cordas vocais; a outra é sonora, isto é, produzida com vibração das cordas vocais. Tá acompanhando? Ei-las! (Não se esqueçam que eu estou falando dos sons e não das letras, tá?) O som p vai junto com o b, o t vai com o d, o k vai com o g, e assim sucessivamente... Em resumo, na língua portuguesa, temos:

p b, t d, k g, x j, f v, s z

Os sons de cada um desses grupos é formado exatamente da mesma maneira. O primeiro é com o fechamento dos lábios; o segundo, com o fechamento da língua contra os dentes; o terceiro, com o fechamento da base da língua contra a garganta; o quarto, com a aproximação do dorso da língua contra o céu da boca; o quinto, com a aproximação do lábio inferior aos dentes superiores; e, por último, o sexto, com a aproximação da ponta da língua aos dentes superiores. Certo? O que é diferente? As cordas vocais! Se você botar os dedos no pescoço na altura do pomo de adão e falar cada um dos sons acima, você vai perceber que, nos sons b, d, g, j, v, z, a vibração começa instantes antes do som da consoante propriamente dita. Confere?

Então, é assim que funciona com a maioria das línguas.

Coreano, não...

O coreano tem uma distinção ternária que não depende da vibração das cordas vocais... Isso é muito difícil para quem passou a vida inteira prestando atenção, mesmo que subconscientemente, se as cordas vocais vibram ou não.

A distinção do coreano é a seguinte. Se a consoante é suave, normalmente ela é surda, a não ser que esteja entre vogais e produzidas de leve, o que causa um certo arzinho que sai da boca, "ma non troppo". Se a consoante é aspirada, ela é surda e produzida simultaneamente a um forte sopro de ar, equivalente ao dos sons "s" e "f". Agora, se ela é tensa, a gente tem que fazer força na garganta pra fechar as cordas vocais e soltar o ar que fica preso, criando uma super-consoante surda que é super-poderosamente forte em comparação com as suaves.

Em suma:

p, ph, pp (suave, aspirada, tensa); t, th, tt; k, kh, kk; ch, chh, cch; s, ss.

O problema...

Como isso não é comum nas línguas ""comuns"" (muito entre aspas), isto é, inglês, francês, inglês, italiano, inglês... ah, eu mencionei inglês???, essa diferença foi por demais difícil para ser passada para o papel em outro alfabeto que não fosse o próprio alfabeto coreano. Cada um quis fazer um sistema que julgava ser mais válido: primando pelo princípio de uma letra = um fonema, ou pelo princípio de seguir à risca a pronúncia (escrevendo as surdas e sonoras, aspiradas e tensas), evitando escrever mais de uma letra para cada som, mandando pro espaço a questão de uma letra = um som e inventando um monte de consoantes e vogais duplas/triplas... Daí vem a questão do governo. No começo, eles disseram que um sistema era o oficial. Alguns anos depois, disseram que aquilo estava errado e resolveram usar outro. Mais algum tempo, disseram que não tinha um bom sistema e resolveram inventar outro. Passam-se alguns anos e eles resolvem reformar aquele mesmo que eles próprios inventaram... Resumindo: uma bagunça.
Agora eu pergunto: tem algum coreano que saiba como usar qualquer um deles? Resposta óbvia: NÃO. Com uma bagunça dessas quem é que vai se entender com tantos tipos diferentes de escrita? Primeiro. O alfabeto latino (este mesmo que eu estou usando para escrever português, uma vez que quem o inventou foram os latinos, habitantes do Lácio, região da península itálica onde floresceu a cultura romana) para eles é igual ao alfabeto grego para nós, a gente até sabe alguma coisa tipo "o alfa e o ômega", ou "delta é igual a b ao quadrado menos quatro a c" e coisa do gênero. Eles tem contato com o alfabeto latino porque têm que aprender inglês durante décadas, e com isso chamando o alfabeto latino de "letra inglesa" (英字 영자). Não é por nada, mas tenho arrepios quando ouço isso... Pra mim, só o w pode ser chamado de letra inglesa, já que foram os copistas ingleses do século sétimo que o inventaram em algum claustro de algum mosteiro daquelas bandas pra substituir a letra ƿ "wynn", uma adaptação de uma runa que andava quebrando o galho pra preencher o alfabeto deles. Mas, voltando à vaca fria, venhamos e convenhamos: eles nunca imaginam sua própria língua escrita nesse alfabeto que só serve pra escrever essa estranha língua dos normandos, ops, desculpem-me, dos ingleses... Então, no que toca a esse assunto, nenhum, repito, nenhum coreano que se preze, sabe direito transcrever sua própria língua ao alfabeto latino de primeira sem pestanejar.

Para quem quiser ver o "quilombo" (como dicen nuestros amigos cone-sulinos hispano-hablantes) que aprontaram com a coitada da língua coreana nessa festa da transliteração, basta dar uma olhada nos seguintes links:
Para quem tem preguiça ou realmente não está interessado (no caso da segunda opção, não entendo porque é que leu este post até aqui então...), basta ver o exemplo abaixo.

원하시는 선 색깔과 굵기에 체크하시면 됩니다.

Esta frase, escrita de apenas uma única forma no alfabeto coreano, pode ser transliterada (ou romanizada) de várias formas, dependendo do sistema de transliteração que se escolha...

Sistema oficial revisado (Ênfase na pronúncia. Criado em 2000. Oficial atualmente.):
Wonhasineun seon saekkkalgwa gulkgie chekeuhasimyeon doemnida.

Sistema oficial revisado (Ênfase na transliteração dos fonemas. Criado em 2000.):
Wonhasineun seon saegkkalgwa gulggie chekeuhasimyeon doebnida.

Sistema McCune-Reischauer (Criado em 1937. Oficial de 1994-2000.):
Wŏnhasinŭn sŏn saekkalgwa kulkie ch'ek'ŭhasimyŏn toemnida.

Sistema Yale (Criado em 1942. Em uso geral por lingüistas.):
Wēn hasinun sen sayk.kkal kwa kwulk.ki ey cheykhu hasimyen toypnita.

Pra quem está se perguntando o que raios esta frase significa, aí vai a tradução:

"Apenas cheque a cor e a grossura da linha que você deseja."

Decepcionante, não? Culpa da Wikipédia que publicou isso aqui... hahaha

Bem, agora vou andando... Já são nove da noite e tem chão daqui pro meu cafofo. Até a próxima! :)

Pão. Quer coisa mais simples que isso?

Mas por aqui não é não.

Eu estava passando os olhos nas notícias e acabei caindo no seguinte post do Diplô: Procura-se pão francês. Leiam. É basicamente o que penso toda vez que vou a uma padaria por aqui. Que falta faz o nosso pãozinho francês (que aparentemente não tem nem na França...)!

Pois é, pra mim pão é pão e depois vêm as roscas doces, rosquinhas, broas, brevidades, croassãs (ou croissants, para os mais metidos), esfihas, salgadinhos assados... Mas por aqui isso tudo aí se chama "pão". Que por influência dos japoneses, que por sua vez foram influenciados pelos portugueses do século XVI, também usam uma corruptela da mesma palavra: パン [pan] em japonês; 빵 [bbang] em coreano. O "pobrema" que eu tenho por aqui é que eu gosto de pão, e pão pra nós é aquele pãozinho gordinho crocante por fora e com aquele miolinho fofo e esfumaçante de uma fornada caprichada que acabou de sair. Dá até água na boca! Mas aqui não tem. Pão aqui só se vende depois que esfria, além da grande maioria ser doce. Para as formiguinhas de plantão até que não é tão má idéia, mas eu tenho muita saudade do nosso pãozinho salgadinho quentinho com aquela manteiguinha derretendinho e aquele cheirinho maravilhoso... Disso me vi privado desde o momento em que aqui cheguei... (suspiro)
Pão que não é doce por aqui, uma grande minoria, são por exemplo massa folhada com salsicha e um quilo de ketchup... Em tempo, a questão de ser doce ou não é uma linha muito sutil... isso só vale em questões comparativas: explicando melhor, pão doce é doce - com um monte de açúcar, geléia, doce de feijão, etc; já o pão que não é doce não é salgado, só tem menos açúcar, quase não dá pra perceber, mas ainda tá lá! Mesmo esse pão com salsicha, tem uma demão de açúcar derretido por cima (sutil) e o ketchup, querendo ou não, é doce. Pois, tá aí, como sobreviver por aqui? No extremo não doce, está a baguete (50 cm) ou a meia-baguete (20 cm), que é mais difícil de achar. Apesar de ser o pão menos doce, não contém uma gota de sal. Tem gosto de nada com coisa alguma. Só se sente mesmo a "cocrância" da casca e o miolinho macio (que deixa ainda um pouco a desejar quando comparado à fofura do miolo do pão nosso de cada dia no Brasil).
Nessas minhas incursões às padarias coreanas (que possuem alcunhas galicistas como Paris Croissant, Tous les Jours, Paris Baguette...) acabei por me decidir por algo que se assemelha mais aos nossos salgadinhos do que a pão propriamente dito. Tem um com uma massa parecida com esfirra (mais fina) com recheio de queijo (alguns microgramas), cebola e temperos (+- 100g - 1200 wons, uns R$ 2,40); outro é um super-salgadão vendido cortado ao meio, com um recheio "aproximadamente semelhante", um pouco mais caprichado (+- 300g - 3500 wons, uns R$ 7,00).
Então, pra não ficar muito triste, eu tento nem ir muito a essas padarias, pra não acabar morrendo de 唐尿病 당뇨병, literalmente "doença da urina doce", isto é, diabetes.

É claro que pão não é um alimento tradicional coreano, apesar de já ser conhecido aqui no extremo oriente desde o século XVI como já mencionado acima. O "pão" tradicional daqui é o 떡 (ddeok, leia-se tók), arroz glutinoso (esta palavra existe em português???) batido no pilão até formar uma massa completamente homogênea, conhecido no japão como 餅(もち) (mochi).
Pode variar em tamanho, cor, forma, sabor, recheio e cobertura. Há zilhões de tipos diferentes. Não posso dizer que eu goste, mas não é de todo ruim não. Depende do tipo.

E o ddeog é completamente ligado às tradições coreanas. Não há um tipo de festa em que não esteja presente: nascimento, aniversário de 100 dias (uma das festas mais importantes para a família), casamento, homenagem aos antepassados, etc. Sempre são colocados nas mesas como enfeites muito bem trabalhados, com várias cores e pilhas de vários formatos. Claro, antes de irem pro bucho depois das festividades...

Vocês podem ver um tipo de ddeok especial para o dia do festival dos mortos nesta foto nos dois cantos posteriores da mesa. Foto tirada na casa do irmão mais velho da parte paterna da família (chamada de Grande Casa) da Eun Bee.

Bem por hoje tenho que ficar por aqui. Tenho que ir pra facu daqui a pouco... Depois nos falamos mais um pouco. Até! :)

quinta-feira, 27 de março de 2008

O poder de um comentário

Faz tempo, ou melhor, um booooom tempo desde que eu postei meus últimos escritos aqui neste blog... Pra ser um pouco mais exato, 78 dias! Pois então, devo dizer que muito da minha ausência se deve ao fato de que não recebo evidências palpáveis de que estou sendo lido. Algumas poucas linhas que sejam já são suficientes, mas, mesmo assim, ninguém se manifestava. Até que um dia, mais precisamente ontem, no laboratório de lingüística computacional da Universidade Nacional de Seul, atentei-me a uma mensagenzinha tímida que havia passado despercebida em minha caixa de mensagens: um comentário proveniente do meu blog! Um comentário do "Kimchi com Café"! Que surpresa! Abaixo seguem as poucas linhas que eficientemente fizeram-me sair da inércia intelecto-criativa em que me encontrava:

"Gustavo Teles deixou um novo comentário sobre a sua postagem "De volta de outro mundo...":

Nada de screver mais...

=(

Continue, please! Por amor aos leitores de um blog muito bacana!

Brigado!"

Eu é que agradeço, Gustavo! Eu é que agradeço!

Espero que isso seja um incentivo aos leitores silenciosos e tímidos que aparentemente freqüentam estas mal traçadas linhas ("como dizia o poeta").

É claro que durante estes dois meses e tanto muita coisa aconteceu. Comprei mais uns gadgets, completei mais um ano de vida, voltei às aulas, conheci pessoas, descobri e redescobri fatos culturais interessantes na Terra da Manhã Tranqüila... É coisa pra dedéu! Vou tentar pôr no papel, ou melhor dizendo, pôr na tela as minhas impressões e aventuras aqui do outro lado do nosso planeta, tão pequeno e tão desimportante neste universo tão grande que nos cerca...

Um grande abraço a todos os escondidinhos e um especial ao Gustavo a quem devo e ofereço este post de ressurreição do blog "Kimchi com Café"!

PS: (Estou bebendo café neste exato momento, mas, pensando bem, passei o dia sem comer Kimchi hoje... Vou ter que compensar este lapso amanhã no restaurante da facu amanhã...)

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