Itens compartilhados de Juliano

sábado, 9 de dezembro de 2006

Cheese-Lapokki

Este foi o primeiro lamyon que eu comi na Coréia... E ainda continuo comendo de vez em quando. Só de escrever isso, já fico com água na boca. O nome disso é chijŭlapokki (chijeulaboggi, 치즈라볶이), isto é, lamyon com tŏkpokki (ddeogboggi, 떡볶이), bolinhos de arroz como o mochi japonês temperados com kochukkaru (gochusgaru, 고춧가루), com queijo... É muito bom...

Ah, e para os desavisados, o vermelho do macarrão não é tomate nem ketchup... é pó de pimenta malagueta! Quase tudo de comer na Coréia é vermelho. Coitado de quem não gosta ou não consegue comer pimenta. Mas é muito bom! Só não sei quanto tempo meu estômago vai agüentar... =)

Minha viagem a Busan! Como fiquei orgulhoso quando escrevi tudo isso em coreano!

부산‭ ‬여행 - Viagem a Busan

지 난‭ ‬주‭ ‬일요일에는‭ ‬내가‭ ‬은비를‭ ‬만나러‭ ‬부산에‭ ‬갔다.‭ ‬서울역에서‭ ‬부산역까지 KTX로‭ ‬갔다.‭ ‬그리고‭ ‬내‭ ‬옆‭ ‬자리에‭ ‬친절한‭ ‬서울교육대학교‭ ‬사회교육과‭ ‬경제학‭ ‬교수님이‭ ‬앉으셨다.‭ ‬성함이‭ ‬김종호였다.‭ ‬처음부터‭ ‬그‭ ‬교수님이‭ ‬참‭ ‬친절하고‭ ‬태화를‭ ‬빨리‭ ‬시작하셨다.‭ ‬처음에는‭ ‬영어로‭ ‬인사‭ ‬하시고‭ ‬자기소개도‭ ‬하셨다.‭ ‬나도‭ ‬인사와‭ ‬자기소개를‭ ‬한국말로‭ ‬해‭ ‬봤다.‭ ‬그래서‭ ‬우리가‭ ‬브라질‭ ‬이야기를‭ ‬많이‭ ‬했다.‭ ‬김‭ ‬교수님이‭ ‬그‭ ‬이야기를‭ ‬참‭ ‬마음에‭ ‬들어‭ ‬하셔서‭ "‬우리‭ ‬수업에서‭ ‬그‭ ‬이야기‭ ‬하고‭ ‬싶지‭ ‬않아요‭?"‬라고‭ ‬하시고‭ ‬나를‭ ‬초대하셨다.‭ ‬그리고‭ ‬그‭ ‬일에‭ ‬대한‭ ‬준비하려고‭ ‬이번‭ ‬주에는‭ ‬김‭ ‬교수님께‭ ‬연락할‭ ‬것이다.
No domingo da semana passada fui a Busan me encontrar com Eun Bee. Fui de KTX (Korea Train eXpress) da estação de Seul até a estação de Busan. Ao meu lado sentou-se um professor do departamento de educação social e economia da Universidade de Educação de Seul. Desde o início esse professor já começou a falar comigo muito simpaticamente. No começo, cumprimentou-me em inglês e se apresentou. Eu também o cumprimentei e tentei me apresentar em coreano. Então começamos a conversar muito sobre o Brasil. O professor Kim (NT: Podia ser outro nome?) se interessou tanto que me convidou para fazer uma apresentação em sua sala de aula. Vou fazer os devidos preparativos e entrarei em contato com ele nesta semana. (NT: Na realidade não fiz nada ainda...)
부산 에‭ ‬도착했고‭ ‬교수님께서‭ ‬은비를‭ ‬만나고‭ ‬싶어하셨다.‭ ‬두‭ ‬명이‭ ‬조금‭ ‬이야기하고‭ ‬교수님은‭ ‬친구‭ ‬아버님‭ ‬장례식에‭ ‬가셨다.‭ ‬나는‭ ‬은비를‭ ‬만나고‭ ‬정말‭ ‬많이‭ ‬기뻐졌다.‭ ‬은비도‭ ‬기뻐했다.‭ ‬우리가‭ ‬바로‭ ‬지하철을‭ ‬타고‭ ‬은비의‭ ‬포르투갈어‭ ‬교수님‭ ‬집에‭ ‬갔다.‭ ‬필리빠‭ ‬교수님이‭ ‬포르투갈‭ ‬사람인데‭ ‬브라질‭ ‬사람과‭ ‬비슷한‭ ‬문화가‭ ‬있다.‭ ‬그래서‭ ‬교수님이지만‭ ‬진구처럼‭ ‬지낸다.‭ ‬그‭ ‬때‭ ‬필리빠는‭ ‬대국에‭ ‬갈‭ ‬것이었다.‭ ‬그래서‭ ‬자기‭ ‬댁을‭ ‬나한테‭ ‬머물러도‭ ‬좋다고‭ ‬했다.‭ ‬그‭ ‬때문에‭ ‬호텔에서‭ ‬자지‭ ‬않고‭ ‬돈을‭ ‬절약할‭ ‬수‭ ‬있어서‭ ‬좋았다.‭ ‬그‭ ‬날에‭ ‬필리빠와‭ ‬은비랑‭ ‬많이‭ ‬이야기했다.
Tendo chegado a Busan, o professor queria se encontrar com a Eun Bee. Os dois conversaram um pouco e o professor saiu para ir ao funeral do pai de seu amigo. Quando me encontrei com Eun Bee, fiquei muito feliz. Eun Bee também ficou. Tomamos o metrô e fomos direto à casa da professora de português da Eun Bee. A professora Filipa é portuguesa e sua cultura é parecida à dos brasileiros. (NT: Parecida se comparamos com a cultura coreana...) Por isso, apesar de ser professora, age como amiga. Esse dia, Filipa estava de partida para a Tailândia e por isso ofereceu sua casa para que eu ficasse em Busan. Foi muito bom que não precisei pagar hotel e economizei um dinheirinho. Nesse dia conversamos bastante, eu, Eun Bee e Filipa.
월요일에는‭ ‬은비랑‭ ‬부산‭ ‬구경을‭ ‬하러‭ ‬많은‭ ‬곳에‭ ‬갔다.‭ ‬그‭ ‬곳‭ ‬중의‭ ‬하나는‭ ‬태종대공원이었다.‭ ‬부산에‭ ‬유명한‭ ‬데이트‭ ‬코스인데‭ ‬정말‭ ‬예쁜‭ ‬곳이다.‭ ‬우리가‭ ‬태종대‭ ‬공원‭ ‬입구에서‭ ‬귀여운‭ ‬기차와‭ ‬비슷한‭ ‬버스를‭ ‬타고‭ ‬태종대‭ ‬전망대까지‭ ‬갔다.‭ ‬그‭ ‬곳에서는‭ ‬부산의‭ ‬예쁜‭ ‬바다를‭ ‬잘‭ ‬볼‭ ‬수‭ ‬있다.‭ ‬그런데‭ ‬추석이‭ ‬가까워서‭ ‬달도‭ ‬정말‭ ‬예뻤다.‭ ‬그‭ ‬다음에‭ ‬우리가‭ ‬서면에‭ ‬가고‭ ‬상파울루에‭ ‬없는 KFC에서‭ ‬맛있는‭ ‬저녁‭ ‬밥을‭ ‬먹었다.
Na segunda-feira, fui passear por Busan com Eun Bee. Dentre os lugares a que fomos, um deles foi o Parque de Tejongde (Taejongdae Gongweon, 태종대공원, 太宗臺公園), um lugar muito bonito e famoso aonde os casais vão para passear (NT: em coreano: "date course"). Na entrada do parque tomamos um ônibus em formato de trenzinho bonitinho (NT: como os trenzinhos de quermesse do Brasil, só que mais caprichado) e fomos até o topo da montanha. Desse lugar podia-se ver muito bem o lindo mar de Busan. E como estávamos na época do Chusŏk (NT: festival que acontece durante a lua cheia de outubro), a lua também estava muito bonita. Fomos depois a Sŏmyŏn (Seomyeon, 서면, 西面) e jantamos muito bem no KFC que já não existe mais em São Paulo.
화요일에는‭ ‬은비의‭ ‬친구와‭ ‬그‭ ‬친구의‭ ‬남자‭ ‬친구랑‭ ‬경주에‭ ‬갔다.‭ ‬경주에‭ ‬도착해서‭ ‬비빔밥을‭ ‬먹고‭ ‬불국사에‭ ‬갔다.‭ ‬불국사에서‭ ‬많이‭ ‬사진을‭ ‬찍었다.‭ ‬너무‭ ‬아름답고‭ ‬역사적인‭ ‬장소다.‭ ‬그‭ ‬다음에‭ ‬석굴암에‭ ‬갔다.‭ ‬정말‭ ‬인상적인‭ ‬광경이었다.‭ ‬시내에‭ ‬가서‭ ‬우리는‭ ‬자전거를‭ ‬타서‭ ‬너무‭ ‬많이‭ ‬재미있게‭ ‬놀았다.‭ ‬부산에‭ ‬돌아가서‭ ‬우리는‭ ‬맛있는‭ ‬부대찌개를‭ ‬먹었다.
수요일에는‭ ‬다시‭ ‬서면에‭ ‬갔다.‭ ‬서면의‭ ‬서점에‭ ‬가서‭ ‬한국말을‭ ‬배우려고‭ ‬초등학교‭ ‬책을‭ ‬샀다.‭ ‬그‭ ‬다음에‭ ‬은비가‭ ‬좋아하는‭ ‬베트남‭ ‬식당에서‭ ‬쌀국수와‭ ‬베트남‭ ‬식‭ ‬만두를‭ ‬먹었다.‭ ‬그‭ ‬다음‭ ‬날에‭ ‬은비가‭ ‬울산에‭ ‬가기‭ ‬때문에‭ ‬기숙사‭ ‬친구가‭ ‬부산에‭ ‬왔다.‭ ‬그래서‭ ‬은비랑‭ ‬부산역에‭ ‬친구를‭ ‬대리러‭ ‬갔다.‭ ‬우리가‭ ‬집에‭ ‬돌아올‭ ‬때,‭ ‬친구가‭ ‬지갑을‭ ‬잃어버렸다고‭ ‬했다.‭ ‬부산역에‭ ‬전화했지만‭ ‬지갑을‭ ‬찾을‭ ‬수‭ ‬없었다.
목요일에는‭ ‬은비를‭ ‬대려다‭ ‬주러‭ ‬노포동‭ ‬버스‭ ‬터미널에‭ ‬갔다.‭ ‬터미널에서‭ ‬나와‭ ‬호세가‭ ‬범어사에‭ ‬갔다.‭ ‬범어사가‭ ‬정말‭ ‬아름다웠다.‭ ‬거기에서도‭ ‬많이‭ ‬사진을‭ ‬찍고‭ ‬절의‭ ‬분위기를‭ ‬느꼈다.‭ ‬그‭ ‬다음에‭ ‬호세의‭ ‬처음‭ ‬한국‭ ‬바다인‭ ‬광안리에‭ ‬갔다.‭ ‬바닷게를‭ ‬걷고‭ ‬훼밀리마트‭ ‬앞‭ ‬탁자에서‭ ‬여러‭ ‬이야기를‭ ‬했다.
목요일에‭ ‬늦게‭ ‬잤기‭ ‬때문에‭ ‬금요일에는‭ ‬늦게‭ ‬일어났다.‭ ‬집에서‭ ‬이야기도‭ ‬하고‭ ‬인터넷을도‭ ‬했다.‭ ‬세‭ ‬시에‭ ‬해운대에‭ ‬갔다.‭ ‬해운대‭ ‬바닷게도‭ ‬걸었다.‭ ‬부산‭ ‬아쿠아리움에도‭ ‬갔다.‭ ‬아쿠아리움에서‭ ‬은비한테‭ ‬백곰하고‭ ‬홍이진이란‭ ‬우리‭ ‬친구한테‭ ‬거북이‭ ‬인형을‭ ‬샀다.‭ ‬홍이진‭ ‬생일은‭ ‬금요일이었다.‭ ‬그‭ ‬다음에‭ ‬차이나‭ ‬타운에‭ ‬가고‭ ‬싶었는데‭ ‬러시아‭ ‬타운에‭ ‬갔다.‭ ‬나와‭ ‬호세가‭ ‬거기를‭ ‬걷고‭ ‬좀‭ ‬무서웠지만‭ ‬재미있었다.‭ ‬그‭ ‬다음에‭ ‬부산역에‭ ‬가서‭ ‬기차표를‭ ‬샀다.
토요일에는‭ ‬은비가‭ ‬부산에‭ ‬돌아왔다.‭ ‬필리빠‭ ‬집을‭ ‬청소하고‭ ‬그‭ ‬다음에‭ ‬삼겹살을‭ ‬먹으러‭ ‬갔다.‭ ‬삼겹살을‭ ‬먹은‭ ‬후에‭ ‬우리‭ ‬다‭ ‬커피숍에‭ ‬가서‭ ‬이야기를‭ ‬많이‭ ‬했다.‭ ‬나와‭ ‬은비는‭ ‬포르투갈어로‭ ‬이야기하고‭ ‬호세는‭ ‬스페인어로‭ ‬이야기했기‭ ‬때문에‭ ‬옆‭ ‬탁자‭ ‬여자가‭ ‬스페인어로‭ ‬우리한테‭ ‬말을‭ ‬걸었다.‭ ‬호세는‭ ‬너무‭ ‬기뻐서‭ ‬그녀랑‭ ‬이야기하고‭ ‬전화‭ ‬번호를‭ ‬바꿨다.
일요일에는‭ ‬일찍‭ ‬일어나야‭ ‬했다.‭ ‬기차가‭ ‬아침‭ ‬여덟‭ ‬시‭ ‬삼‭ ‬분에‭ ‬출발하기‭ ‬때문이다.‭ ‬기차를‭ ‬타고‭ ‬추석‭ ‬때문에‭ ‬옥천까지‭ ‬앉아서‭ ‬갔지만‭ ‬서울까지‭ ‬서서‭ ‬왔다.‭ ‬힘들었지만‭ ‬여행이‭ ‬많이‭ ‬재미있었다.
2006년‎ ‏10월‎ ‏9일

Não estava bêbado, só fiquei com vontade de escrever diferente...

N'este post contar-lhes-ei um pouco acerca do transito urbano da capital coreana, Seul. (E como estava há pouco a desfructar de peças literarias do inicio do século passado, péço desculpas aos desavisados que, quiçás, pensem que eu esteja passando por um surto de grippe aviária.)

Vivo n'uma moradia estudantil, situada a uma avenida central que possue duas vias com quatro pistas, chamada de “Rua da Universidade”, n'a língua coreana, Daehangno (대학로 大學路). Dicta via é adornada, em ambos os lados, por obras de arte moderna; algumas são interessantes, outras já pedem um pouco mais de philosophia e meditação aos transeuntes para que sejam, em parte, deciphradas. É-me deveras agradável viver por aqui. Há universidades e, conseqüentemente, jovens; muitos d'os quaes, enamorados, caminham alegremente lado a lado a suas companhias, servindo-se d'os muitos restaurantes, casas de espectaculos e estabelecimentos commerciaes variados que ladeiam e se espalham pelas ruas adjacentes. É um esplendor d'o capitalismo oriental. Além d'o commércio devidamente instalado em immóveis, há também um vívido commércio informal que invade o espaço destinado aos pedestres. Há um nummero inimaginável de kiosks que vendem de um tudo: de cigarros a refeições, alguns d'os quaes lançando mão de animaes vivos para o preparo do exótico prato.

Aos finaes-de-semana, o tráffico de pedestres chega a assustar o mortal mais accostumado á metrópolis paulistana. Chega quási a ser comparável a uma “25 de Março”. Caminhar pela calçada n'um sábbado á noite, então, torna-se uma tarefa hercúlea para o mais paciente de todos os orientaes.

Isso seria até mesmo admissível, não fôra o facto de que, n'este país, os vehículos com menos de quatro rodas sejam considerados “pedestres”. É exactamente o que se passa por aquí. Não bastasse o batalhão de seres caminhando pelas calçadas não tão amplas, o que difficulta o percurso, deve-se ter uma attenção dobrada e redobrada para não ser atropellado pelas motocycletas.

As motocycletas são donnas de todos os territórios. Freqüentam as ruas e as calçadas, tomam elevadores, efectuam as entregas de todo typo de encomendas; em summa, estão presentes em prácticamente todos os momentos d'a vida quotidiana. É, devéras, um modo práctico de locommover-se, entanto, o perigo sempre ronda os desavisados. Ás portas dos omnibus, podem-se ver avisos pedindo attenção n'o embarque e n'o desembarque para que o passageiro não seja abalroado por uma d'essas machinas. Há também comentários de pessoas dizendo ter visto accidentes, com ou sem víctimas. Eu mesmo, há poucos dias, presenciei um quasi-accidente envolvendo o motocyclista e a corrente que faz as vezes do portão d'o estacionamento de nosso edifício. O senhor que guiava a motocycleta quasi estatelou-se no chão após o choque com a dicta corrente. Caso houvesse pedestres passando por allí n'aquele momento, esse incidente poderia ter-se transformado em um accidente.

Falando a repeito de transito, é também uma figura muito comum nas ruas coreanas o “carroceiro”. O carroceiro é normalmente um senhor de mais edade que já não tem mais um emprego formal, mas que sente a necessidade de completar o orçamento familiar. Como já não póde mais encontrar um emprego, pois já está fóra d'o limite etário que dão as empresas, resolve sair pelas ruas recolhendo entulhos e trastes que as pessoas já não querem mais em suas casas. É muito comum ver senhores apparentando cerca de oitenta anos puxando suas carrocinhas carregadas de papéis ou monitores de computadores.

Dois meses após a chegada...

Depois de muito tempo sem notícias, cá estou.

Bem, hoje é o sexagésimo quarto dia desde que cheguei aqui. De lá pra cá já deu pra fazer um monte de coisas. Já fui duas vezes a Busan visitar Eun Bee e, da última vez, José, um amigo que veio da Costa Rica, foi junto, já que Eun Bee não poderia ficar durante dois dias comigo, ela decidiu por bem que um amigo fosse para que não me sentisse sozinho.

E, em falando do feriado, este é o mais amado pelos coreanos. Em coreano, chama-se Chusök, 추석, 秋夕. É uma mistura de Festival da Colheita com Admiração da Lua e Dia de Finados. Acontece durante a primeira lua cheia do outono e dura quatro dias. Durante este período, muita gente vai para a terra natal, para preparar muita comida, principalmente uns bolinhos de massa de arroz e fazer as honras para os antepassados e para os mais velhos. As crianças adoram isso porque ganham muito dinheiro de presente. É comum ganharem mais ou menos por volta de cem dólares dos tios e dos avós. É como um agradecimento e um incentivo dos mais velhos para que os mais jovens se esforcem nos estudos. A partir do momento que os jovens passam a trabalhar, aí é a vez deles fazerem o mesmo com os sobrinhos.

Quanto às aulas, começaram na primeira segunda-feira de setembro, quando fizemos o teste de colocação. Fiquei entre o intermediário 1 e básico 2 e acabei entrando no básico 2 mesmo. Sentia que a gramática não era problema, mas o vocabulário sim. De qualquer forma, as aulas foram indo, indo, e agora, quase dois meses depois de começar o estágio, estamos a ponto de terminá-lo. Esta será a última semana de aula do básico 2. Após a prova, já começaremos o intermediário 1.

Temos quatro horas de aula divididas igualmente por duas professoras. A primeira, mais velha e mais séria, e a segunda, mais jovem e mais engraçada. Acho que é um bom equilíbrio. Escrevemos e estudamos mais com a primeira, e praticamos mais com a segunda. As aulas são todas em coreano, o que no começo é um problema, mas que é logo ultrapassado. Acostumei-me rapidamente à língua dentro da sala de aula. Claro que as professoras não falam um coreano rebuscado e requintado; é bem simplificado e mais devagar que o normal. Fico muito feliz, pois consigo entender 90%. No entanto, quando a conversa é de verdade, ainda é um pouco difícil de entender o que é dito. Quanto à minha comunicação oral, está bem melhor do que quando estava no Brasil, já que aí não falava nada... Qualquer coisinha já é melhor que nada, mas ainda é-me difícil expressar o que quero dizer. Mesmo perguntas relacionadas à aula, ainda são difíceis de ser formuladas. De qualquer forma, já estou feliz.

Um problema que tenho que enfrentar é a falta de uso da língua fora do ambiente da sala-de-aula. No dormitório, kisuksa (caso me escape a palavra em coreano daqui pra frente), a língua oficial é o "inglês". Como há muita gente que vem pra cá de alegre só pra estudar em inglês, não dá pra usar outra língua. A segunda oficial é o chinês e a terceira, o russo. De resto, sobram as línguas das minorias e o espanhol que a maior das minoritárias. Quanto ao russo, é muito interessante que aqui há muitas pessoas do centro e leste da Rússia além de muitas das ex-repúblicas da União Soviética e do ex-bloco soviético. É muito comum ver pessoas com feições orientais falando em russo. Há gente do Uzbequistão, Cazaquistão, Quirguistão, Lituânia, Ucrânia, Polônia, Bulgária, República Tcheca, Eslováquia, os quais todos falam em russo com o pessoal da Rússia e entre si. Mesmo as pessoas dos -Istões, preferem falar entre si em russo do que em suas próprias línguas.

E falando em -Istões e etcéteras, devo admitir que temos um kisuksa bem internacional. Tenho como vizinhos diretos dois chineses, um tcheco, um eslovaco e um nepalês. Logo ao lado, um taiwanês, um costarriquenho, outro tcheco. Um pouco mais longe, mas ainda no mesmo andar, temos exemplares do Camboja, Mongólia, Paquistão, Afeganistão, Cazaquistão, Bangladesh, Rússia... e China. No andar de baixo, um marroquino, um argelino, alguns indianos, um casal de alemães, outras etnias mais... e bilhões de chineses. Isso do que me lembro agora. Tem muito mais, mas não me vem à memória.

Há ainda um outro prédio, International House 2 (já que o meu prédio se chama International House 1). Lá temos mais outros exemplares: Lituânia, Polônia, Chile, México, Itália, Argentina, a outra única brasileira, Uzbequistão, Rússia, Etiópia, Líbano, Israel, outras etnias... e bilhões de chineses.

Logo à frente da IH2, há o kisuksa dos kyopos (NT: Kyopo - DNA coreano que, por acaso, cometeu o erro de nascer em outro país.) Lá tem gente de tudo quanto é canto... e também da China.

Nosso dormitório é sito à Rua da Universidade, em coreano Dehangno, 대학로, 大學路, chamada assim por ter sido construída onde havia sido outrora um câmpus universitário. Aqui é a "Bróduei" coreana. Deve ter a maior taxa percápita de teatros por habitante. Há, iscrusíveu, no próximo finde semana (como costumava escrever uma amiga), uma apresentação do Grupo Corpo, apresentado como grupo brasileiro de dança, cujos cartazes estão espalhados por toda a extensão da rua (a qual não é tão extensa assim).

Daqui de casa até o Dongdemun (동대문, 東大門) é um tirim dispingarda, é dois-palito. Acho que não dá nem 15 minutos caminhando calmamente pela floresta urbana. Dito Dongdemun é mais ou menos uma 25 de Março tamanho-família. Na época dos antigamentes, era onde a cidade começava ou acabava, dependendo de que lado do portão você estivesse. A propósito, Dongdemun significa literalmente (ou seria ideograficamente?) "Grande (Milenar) Portão do Leste" (o milenar é por conta do Thiago). Conseqüentemente, era onde se reunia um monte de gente pra entrar e sair da Capital (já que a tradução do nome Seul é capital - bem criativo, né?), gente chegando de outras regiões, outros reinos e outras localidades milenares do extremo oriente (que não parece tão longe quando se está aqui). O que que deu tudo isso? Muito bem quem respondeu um milenar mercado asiático! Aí está! Com a evolução e o desenvolvimento coreanos, a região também se desenvoveu e agora é uma mistura de mercado típico asiático, tipo filme de luta na Tailândia/Hong Kong/China e adjacências, com lojas de departamento, no mais alto estilo shopping center vertical. Há de tudo: de naftalina a ginseng vermelho; de rádio valvulado a roupas de grifes internacionais. Tudo permeado pelo mais vermelho odor de pimenta advindo dos bilhões de barraquinhas de comida espalhadas em cada vãozinho de rua que não tem carro ou gente.

A propósito, a comida coreana é animal! À primeira vista, para o desavisado, dá impressão que eles adoram ketchup e molho de tomate. É tudo vermelhinho bonitinho... Mas o vermelhinho bonitinho nada mais é que pó/pasta de pimenta malagueta colocado desavergonhadamente nas comidas. Para mim, isso é o paraíso!!! Adoro comida picante. Mas, tem gente por aqui que não está acostumada e passa por belos apuros gastronômicos. Esses dão-se por satisfeitos com as típicas redes de fast-food estadunidenses como Mekdonaldü ou Kei-Epü-Shi... Mas, essas não se dão por rogadas, e também oferecem ao palganófobos (palgan é vermelho em coreano) saquinhos de pimenta para que possam pôr um gostinho em seus sanduíches insossos. Coitadinhos...

Bem, voltando ao Grande Portão (Milenar) do Leste, pode-se comprar de tudo e mais um pouco por lá. (...)

Justamente neste ponto, Eun Bee me telefonou e começamos a conversar. Como temos um "Pinky Couple Plan", podemos falar-nos por 500 minutos e ainda enviar 500 mensagens de texto cada um por mês por uma tarifa básica de 25000 wons, o que dá pouco mais que R$ 50,00. Por isso, não economizamos no telefone. Conversamos um bom tempo e terminando já estava muito tarde pra continuar a escrever...

Hoje, dia 21 de outubro, levantei-me ao meio-dia! Onze horas de sono bem dormido... Durnate a semana, normalmente, tenho dormido por volta de seis horas e, quando chega o finde semana, tenho que tirar o atraso. Como acordei com muita fome, fui direto à cozinha e fiz meu Miso Ramyön e comi deliciosamente em meu quarto, ouvindo Adriana Calcanhoto. Ao mesmo tempo que meu vizinho do lado ouve música nepalesa e o cara da frente escuta alguma coisa em inglês. Agora, na cozinha, algum chinês prepara seu almoço também, que, a propósito, normalmente tem um aroma um tanto quanto peculiar. Não sei o que cozinham, mas normalmente o cheiro é bem particular mesmo. É um mistério...

Falando do dormitório, o mesmo é um edifício de 4 andares brasileiros e 5 andares coreanos. Na Coréia, o térreo é o primeiro andar.

Bem, logo na entrada, como é de praxe em toda o país, está o quartinho do porteiro/zelador, o famoso ajösshi, o qual deve zelar pelo bom funcionamento do estabelecimento; mas os ajösshis normalmente estão dormindo, comendo ou assistindo TV. Ajösshi é uma palavra para "tio" que é usada para qualquer pessoa mais velha. Inclusive entre eles próprios. O contra-ponto do ajösshi, é a ajumma. O país está invadido por eles em todos os cantos. Principalmente quando se está no banheiro masculino e a ajumma fica limpando o chão, tudo palli-palli (rápido-rápido), palavra que é a mais usada em todo o território nacional.

No primeiro e no quinto andares, encontram-se salas de pesquisa do Departamento de Medicina da Universidade de Seul. Fazem pesquisas genéticas e de células-tronco. O quinto andar é um mistério, ninguém sabe o que tem lá. No segundo, fica uma parte do dormitório da Universidade de Seul. O terceiro e o quarto andares são o dormitório dos KGSS, Korean Government Scholarship Students, ou seja, Estudantes Bolsistas do Governo Coreano: nóis! Depois de uma rápida passagem pelo ap 321, atualmente assisto ao quarto de número 422. Não é nada mal, principalmente pelo preço. Pago mensalmente 138000W o que dá mais ou menos R$ 300,00. Com isso, tenho uma folguinha no orçamento. O único problema é que, como o prédio é antigo, não temos ar-condicionado. Isso é um problema no verão, pois os quartos se tornam altos-fornos de derretimento de minério de ferro. Ainda bem que o verão passou rapidinho e de agora em diante a temperatura vai cair.

Falando em temperatura baixa, agora estou com bermuda e camiseta. Quase em novembro, ainda não fez frio. Tem muita gente fraquinha que põe um monte de blusa por aí, mas eu não consigo. A única vez que coloquei uma blusa foi quando fomos beber no terraço do dormitório até as 2 horas da manhã. Aí estava um pouquinho frio. Fora isso, acordo de manhã, a cerração e o ar fresco do outono de Minas, e eu de camiseta me refrescando, sabendo que logo mais, depois de algumas horas, o sol subirá impiedoso e lançará suas chamas contra os desavisados portadores de agasalhos que se deixaram levar pelo frescor da aurora. Esses, então, estarão todos suando e reclamando, ao passo que eu feliz da vida estarei com minha camiseta.

(Daqui a pouco meus amigos da Costa Rica e de Taiwan virão a meu quarto para que juntos vamos comer alguma coisa. Como desjujei há pouco, creio que apenas os acompanharei, aproveitando a deixa para sair de casa e fazer algo mais útil. Assim que retornar, tomarei as devidas providências para que continue a escrever esta pequena mensagem.)

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

A primeira tentativa de blog...

Estou na Coréia!!!

Já tem mais ou menos um semana que cheguei aqui em Seul. Tudo está muito bom, principalmente agora que ainda estou de férias! Minhas aulas só vão começar no dia 4 de setembro e até lá, dá pra aproveitar bastante a vida por aqui!

Saí de São Paulo no dia 15 de agosto, o feriado nacional coreano de libertação do Japão. Fui primeiro a Toronto, no Canadá, esperei algumas horas por lá e embarquei de novo agora com destino a Seul.

Viagem

De SP a Toronto, despachei duas malas grandes e levei uma mochila imensa como bagagem de mão comigo dentro do avião. Foi horrível até pra colocar no porta-bagagens que fica em cima das nossas cabeças. Não queria nem entrar. Mas tudo bem. Chegando ao Canadá, tive que desembarcar, passar pela imigração e pela alfândega e saí para o aeroporto. Pra começar, uma de minhas malas não apareceu na esteira e fiquei desesperado, pensei que havia sido estraviada. Pergunta pra um, pergunta pra outro, descobri que a mala que apareceu é que não tinha que ter aparecido. Como as duas estavam etiquetadas com o destino de "Incheon (Coréia)", elas teriam que ser enviadas automaticamente. Tudo bem. Peguei a mala fugitiva e a pus de novo na esteira de trânsito e saí para o aeroporto. Fui logo aos balcões da Air Canada para deixar preparado meu check-in para o próximo vôo e o carinha que estava lá já veio me dizendo que se a mochila fosse bagagem de mão, eles não deixariam embarcar. "Confiando no meu santo", sentei no chão e fui tirando as coisas da mochila grande e passando para a pequena que estava dentro dela. Pus o necessário para a viagem e resolvi fazer o check-in com a mochila grande para ser enviada. A mocinha que me atendeu foi super gentil e eu, aos poucos, fui falando que no Brasil já havia despachado duas malas e precisava despachar esta outra agora. Isso vai contra o regulamento da companhia que só deixa despachar duas malas grandes de 32 kg. E eu já tinha feito isso... A mocinha então ficou preocupada e eu expliquei a situação: estava indo para a Coréia, ia ficar mais ou menos 3 anos, tinha muita coisa pra levar, e lá estavam livros de que eu iria precisar para meu curso de mestrado, etc, etc... Depois de conversarcom seu superior, ela me deu um sorriso e me deixou despachar a famigerada mochila. Depois disso, só alegria! Fiquei caminhando pelo terminal. Terceiro andar, segundo andar, primeiro andar, terceiro andar de novo... Tomei café, comprei chocolate, comprei até um livro! Fiquei lendo, conversei com algumas pessoas. Em suma, tentei matar o tempo durante as longas horas que fiquei esperando o próximo vôo.

Na hora do embarque, fui até o portão e encontrei 300 milhões de coreanos e meia dúzia de ocidentais para entrar no mesmo avião meu. Na hora do embarque, a fila foi enorme e, como não sou besta nem nada, fiquei sentadinho nas poltronas da sala de espera lendo uns 4 ou 5 capítulos do meu livro. Fiquei lá até que a fila sumiu e chamaram meu nome e o de umas outras pessoas e embarquei sossegadamente (mas com 20 minutos de atraso).

Na chegada à Coréia, graças ao atraso no Canadá (que fique bem claro que não foi causado por mim, e sim pelos 300 milhões de coreanos!), eu saí com duas horas de atraso. Também porque a minha mochila, aquela despachada no Canadá, não resolvia aparecer na esteira. Foi uma das últimas e, conseqüentemente, eu fui um dos últimos a sair. Quando finalmente saí, Eun Bee estava desesperada pensando de tudo, menos que minha mochila demorou a sair. Nós nos encontramos facilmente, e quando estávamos conversando, María, a outra brasileira que está aqui, apareceu e já nos levou pro ônibus que nos traria ao dormitório. Já nos explicou o necessário e disse que duas de suas amigas estariam no ponto nos esperando para nos levar a meu destino final.

Isso aconteceu às 21:30 do dia 17 de agosto em Seul, o que corresponde às 9:30 do mesmo dia em SP. Fazendo as contas, já que saí de casa mais ou menos às 17:00 do dia 15, dá um total de mais ou menos 40 horas e meia de viagem! Como não tenho papel aqui, não sei se está certo. Corrijam-me se não estiver. OK?

Como sabia que ia ser longa e cansativa a viagem, dormi o máimo que pude dentro do avião. E consegui! Normalmente, não consigo! Todos dizem que se dormirmos bastante, não teremos muito problema de adaptação ao novo fuso-horário. E não é que funcionou?!?!?! Cheguei aqui novinho em folha, claro que um pouco cansado, mas não tanto para quem andou metade do mundo. Já no primeiro dia, eu e Eun Bee fomos andarum pouco por perto do dormitório para fazer reconhecimento de campo. História essa que fica para o próximo capítulo.

Até.

Friday August 25, 2006 - 09:57pm (KST)

Uma das primeiras tentativas de blog...

Terça-feira, Outubro 31, 2006

Bem, aqui estou. Depois de dois meses e meio da minha chegada à Coréia, começo a escrever este humilde blog para aqueles que têm interesse em minha vida aqui do outro lado do mundo.

Vou começar a falar do momento atual com alguns flash-backs quando isso se faça necessário.

Estou agora na sala multimídia do dormitório chamado "International House 2". Aqui temos dezessete máquinas munidas do poderoso "Ruindous 98" das quais apenas uns 50% têm conexão com a internet. Como computadores aqui não são tão caros, eles nem se preocupam em cuidar da sala de computadores, já que não são muitas pessoas que a freqüentam. No entanto, como eu tenho medo de ter internet no meu quarto e não fazer mais nada na vida, eu ainda faço uso da dita sala.

Computador, bem dizer, eu acabei ganhando um da tia da Eun Bee. Ela ia jogar fora e a Eun Bee lho pediu e enviou-mo pelo correio. Para tal, assinou um termo de compromisso dizendo que se o bendito chegasse quebrado aqui o correio não teria responsabilidade. E não é que chegou inteiro? Esse, eu o tenho usado com freqüência para escrever minhas pequenas redações, as quais se resumem ainda a diários do fim de semana, mas que pouco a pouco vêm crescendo: meu último diário ficou com duas páginas e meia de A4 com fonte tamanho 10 e espaço 1,5. Acho que já tá de bom tamanho para dois meses de aulas.

Voltando ao computador, o problema é que sua placa de rede não está funcionando; conseqüentemente, não posso usar a internet. Tenho pensado quanto a isso, mas ainda não sei se vale a pena mesmo instalá-la. Como já disse, tenho muito medo de não fazer mais nada.

Falando em aulas, acabei de começar o nível intermediário, isto é, o nível 3 do curso composto por 6. Fiquei feliz, já que estudei sozinho no Brasil e, pelo menos, consegui pular um nível quando cheguei aqui. Tenho visto o pessoal que chegou sem noção alguma da língua, e dou graças a Deus por já ter passado por esse período em casa. O que eu demorei mais ou menos um ano pra aprender, eles foram obrigados a enfiar tudo na cabeça durante os primeiros dois meses.

A minha sala é bem divertida no quesito pessoa humana. Somos ao todo dezesseis alunos oriundos de diversas partes deste planeta que chamamos Terra. Temos cinco chinesas/taiwanesas, cinco japoneses, duas russas, uma uzbeque, um marroquino, uma norte-americana e eu, brasileiro. Além de nós, temos duas professoras. Uma um pouco mais velha e mais séria (pero no mucho), e outra mais jovem e bem menos séria. Só dividem o tempo mesmo, cada qual dando o que lhe cabe de acordo com o andamento do livro. Às vezes fazemos joguinhos, ou nos levantamos para perguntar as coisas entre nós, mas, no geral, é a famosa aula expositiva e sem muita interação. Também, com uma sala de dezesseis, é um pouco difícil controlar a manada.

Falando em controle, eu tenho uma reclamação a fazer (quanto a mim mesmo). Em sala de aula, não temos muita oportunidade de falar muito. Chega a ser compreensível, mas, fora da hora das aulas, eu praticamente não digo uma palavra em coreano. É tudo inglês. É claro que um pouco é culpa minha: é óbvio que é mais cômodo falar em inglês. No entanto, é culpa de todo mundo que mora no kisuksa, isto é, dormitório. Quase ninguém fala coreano, e quem sabe falar, não fala em respeito aos outros que não falam. Com isso, minha prática da língua vai devagar quase parando. Apesar de minha habilidade escrita estarmelhorando a olhos vistos, minha habilidade oral vai tartarugueando. Bem, nada é perfeito.

Falando em habilidade oral, a comida aqui é uma coisa de louco! Estou gostando cada vez mais a cada dia que passa. Tem de tudo o que eu comia no Bom Retiro ou com a Eun Bee e muito, muito mais. Além disso, é relativamente barato. Um rango, suficiente para umas quatro horas de bucho cheio, custa em média 2000W (R$ 5). Um rolo de kimbab que custa 5 no Bom Retiro, custa 1000W (R$ 2,50) aqui. E o resto fica tudo por volta disso. De 1000 a 2500W, dá pra ficar feliz. Em dias especiais, dá pra gastar um pouco mais, digamos 5000W, e sair do sério. 5000W é preço de comida de shopping e de fast-food ocidental. Que, diga-se de passagem, o KFC é animal. Por 10000W, tem um combo super-animal pra dois (ou três) pra se empanturrar. E o frango é muito bom. Aliás, frango é uma instituição coreana, depois do Kimchi e de todas as outras pimentas. Tem milhões de restaurantes de frango, muitos com a famosa "televisão de cachorro"; muitos também cheiram a padaria, já que eles passar uma massa em volta do frango para assá-los. É muito bom. Ultimamente, eu tenho vivido na base de bandejão, na faculdade onde estudo de dia, e na faculdade ao lado de onde moro à noite. Não é ruim, mas também não é NOSSA, QUE GOSTOSO!... Pelo menos dá pra guardar um dinheirinho pra ir visitar a Eun Bee.

Falando em Eun Bee, fui a Busan (ou Pusan, de acordo com o antigo sistema de romanização) já duas vezes. É a segunda maior cidade do país, em tamanho e importância, situada na costa sul-sudeste. Acho que cabe bem a comparação "Busan está para Rio assim como Seul está para São Paulo". Seul é a capital, a metrópole, a concentração de dinheiro, as melhores universidades, os ricos; Busan é o mar, o turismo, a beleza natural, o segundo pólo. É bem interessante.

Falando em turismo, tem um monte de lugares interessantes aqui em Seul. Mas isso eu vou deixar para o próximo post porque agora já hora de dormir. Amanhã cedinho (Eh, Casa da Preguiça! Que saudade, 92B, a Lazy-dência!) tenho que me levantar e ir à aula direitinho; se faltar, eles descontam proporcionalmente da minha bolsa...

Um grande abraço a todos!

Até a próxima.
posted by Juliano @ 9:06 PM

Kimchi com café

Bem, amigos, aqui estou com meu blog. Finalmente.
Já tem muito tempo que eu venho pensando em escrevê-lo, mas o maior problema era falta de conexão. Agora, com internet no quarto, não tenho mais desculpas. Espero poder mantê-los informados a respeito do meu dia-a-dia aqui na Coréia do Sul.
Quanto ao nome do blog, Kimchi com Café, achei interessante usá-lo por ser a mescla da cultura coreana do Kimchi com a brasileira do Café. Além do mais, são as duas coisas que mais consumo aqui por estas terras. Para quem não sabe, Kimchi é o "feijão" dos coreanos; é a comida que não pode faltar nunca na mesa. É um tipo de conserva de acelga com pimenta que fica fermentando por algum tempo e é comida com todos os tipos de comida, coreana ou mesmo ocidental. Um coreano sem Kimchi é como um carro sem gasolina: não consegue se mexer.

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