Itens compartilhados de Juliano

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Brasil e imigrantes

Imigrantes ilegais no Brasil podem chegar a 300 mil
Fabiana Uchinaka
Do UOL Notícias
Em São Paulo

No Brasil, não faltam denúncias de exploração de mão-de-obra clandestina. É difícil mostrar em números o grande contingente de estrangeiros ilegais que, por estarem à margem da lei e da sociedade, aceitam viver em condições muitas vezes desumanas. Mas dados do Instituto Migrações e Direitos Humanos, ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), apontam entre 250 mil e 300 mil indocumentados. O Ministério da Justiça calcula 50 mil irregulares. E a Associação Nacional de Estrangeiros e Imigrantes no Brasil (ANEIB) fala em cerca de 60 mil. De qualquer maneira, eles são milhares e vêm atrás de melhores oportunidades -- o mesmo "sonho do progresso" que leva milhares de brasileiros aos Estados Unidos, à Europa e ao Japão.
Imigrante boliviana e Centro Pastoral
do Imigrante falam sobre a anistia; veja



"A procedência é diversificada, mas há indiscutivelmente um índice muito alto de bolivianos, peruanos e outros latino-americanos. Também há, e isto foi constatado de forma muito expressiva na última anistia (1998), significativa presença de asiáticos, especialmente chineses e coreanos", afirma Rosita Milesi, do Instituto Migrações e Direitos Humanos.

Ela explica que, à medida que a pobreza aumenta nos países vizinhos e que os países desenvolvidos endurecem as leis contra os imigrantes, cresce a presença de estrangeiros no Brasil. Como nem todos conseguem entrar pelas vias legais, existe um mercado clandestino de intermediários, que trazem os imigrantes para o país e os colocam em situação de semiescravidão - são os chamados "gatos" ou "coiotes".
Leia também
Governo brasileiro concede anistia a estrangeiros irregulares no Brasil


Os bolivianos e paraguaios, por exemplo, trabalham em confecções do Brás, Pari e Bom Retiro, no centro de São Paulo, em jornadas abusivas, que passam de 16 horas. Eles têm seus passaportes apreendidos até que quitem suas dívidas com os patrões e, na maioria das vezes, são obrigados a trabalhar durante meses para pagar os custos da viagem e, posteriormente, para bancar a alimentação e as ferramentas de trabalho.
Anistia: procedimentos
1. Entrar com o pedido de residência provisória em até 180, na Polícia Federal
2. Apresentar comprovante de entrada
no país (ou, para os clandestinos, algum documento que comprove que a pessoa mora no Brasil)
3. Apresentar uma declaração de que não responde a processo criminal ou de que
não tenha sido condenado criminalmente, no Brasil ou no exterior
4. Pagar a taxa para expedição da Carteira de Identidade de Estrangeiro (R$ 31,05) e
a taxa de registro (R$ 64,68)


Mas, na opinião do padre Mário Geremia, coordenador do Centro Pastoral do Migrante, os equatorianos e os peruanos são os que estão em situação mais difícil. "Para eles, não há Mercosul ou acordos bilaterais, como o Brasil-Bolívia, feito para quem chegou até 2005. Só lhes resta a anistia", diz.

A ameaça de deportação é uma constante entre os ilegais. Mas, segundo o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, a anistia chega exatamente para tentar ajudar os trabalhadores nesta condição, para que eles denunciem situações de abuso e ganhem cidadania.

O padre Geremia defende ainda que, depois da anistia, será preciso lidar com a diferença de cultura para que as situações de exploração sejam realmente resolvidas. "Aos bolivianos, que vêm da tradição do campo, interessa o alimento e o dinheiro. Eles comem, dormem e trabalham no mesmo espaço, então não é um problema trabalhar mais de oito horas ou colocar as crianças para trabalhar. Eles não admitem que isso seja visto como trabalho escravo ou degradante. Para eles, isso é a solução", explica.


Entre os coreanos, que começaram como trabalhadores explorados e hoje são em parte donos das confecções que empregam os bolivianos, a expectativa pela anistia também é grande. Segundo o secretário-geral da Associação Brasileira dos Coreanos, André Lee, "o projeto é muito bem-vindo", porque ainda existe cerca de seis mil coreanos ilegais no Brasil.

Ele também ressalta que tirar os imigrantes da ilegalidade é um processo difícil. "Estamos cadastrando os indocumentados desde que saiu a notícia da anistia, mas é um processo muito lento, tem muita gente descrente e as pessoas estão receosas de se mostrar", diz.

Lee conta que antes os coreanos fugiam da guerra e da pobreza, mas hoje buscam uma chance em um país muito maior e com mais oportunidades. "A maioria dos ilegais é de familiares ou conhecidos de estrangeiros que já moram no Brasil".

fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/internacional/2009/07/02/ult1859u1169.jhtm

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Para quem ainda não entendeu minha pesquisa, aí vai uma explicação:

Pois é. Eu faço isso aqui embaixo, mas em coreano...

Análise de sentimentos é novo campo na web

Alex Wright
Computadores podem ser competentes no cálculo de números, mas será que conseguem calcular sentimentos?

» Vitória de Obama foi dia mais feliz para internautas

A ascensão dos blogs e redes sociais criou uma alta no mercado de opiniões pessoais: resenhas, classificações, recomendações e outras formas de expressão online. Para os cientistas da computação, essa montanha crescente de dados oferece um vislumbre fascinante da consciência coletiva dos usuários de internet.

Um campo emergente conhecido como análise de sentimentos está se desenvolvendo em torno de uma das fronteiras inexploradas do mundo da computação: traduzir as incertezas da emoção humana em forma de dados sólidos.

Isso é mais que apenas um exercício interessante de programação. Para muitas empresas, as opiniões online se transformaram em uma espécie de moeda virtual que pode determinar o sucesso ou fracasso de um produto no mercado.

Mas muitas empresas enfrentam dificuldades para compreender o burburinho de queixas e elogios que existem na internet com relação aos seus produtos. À medida que as ferramentas de análise de sentimentos começam a tomar forma, elas podem não só ajudar as empresas a melhorar sua lucratividade mas também resultar em uma transformação na maneira pela qual usuários buscam informações online.

Diversas novas empresas surgiram no ramo de análise de sentimentos e estão tentando aproveitar o crescente interesse empresarial por aquilo que se diz online.

"A mídia social costumava ser um projeto fofinho para consultores de 25 anos de idade", diz Margaret Francis, vice-presidente de produtos na Scout Labs, de San Francisco. Agora, ela diz, executivos importantes "a estão reconhecendo como um veio incrivelmente rico de informações de mercado".

A Scout Labs, que conta com capital do fundo de capital para empreendimentos criado por Halsey Minor, fundador da CNet, introduziu um serviço por assinatura que permite que seus clientes acompanhem blogs, artigos noticiosos e sites de redes sociais, para determinar tendências de opinião sobre produtos, serviços ou temas noticiosos.

No começo de maio, o StubHub, um serviço online de venda de ingressos, usou a ferramenta de monitoração da Scout Labs a fim de identificar um sentimento negativo súbito que surgiu na Web depois que a chuva forçou o adiamento de uma partida de beisebol entre o New York Yankees e o Boston Red Sox.

Funcionários do estádio informaram erroneamente a centenas de torcedores que o jogo havia sido cancelado, e a StubHub negou os pedidos de restituição de dinheiro dos espectadores, alegando que o jogo havia sido realizado. Mas, depois de perceber o começo de uma tendência negativa na Internet, a empresa ofereceu descontos e créditos aos torcedores afetados pelos problemas, e está reavaliando suas normas quanto a eventos cancelados devido ao mau tempo.

"Para nós, o serviço serviu como primeiro alerta", disse John Whelan, diretor de atendimento ao consumidor da StubHub.

A Jodange, de Yonkers, Nova York, oferece um serviço dirigido a editoras online, que permite a elas incorporar correntes de opinião extraídas de mais de 450 mil fontes, entre as quais empresas noticiosas convencionais, blogs e o Twitter.

Com base em pesquisa de Claire Cardie, ex-professora de Ciência da Computação, e Jan Wiebe, da Universidade de Pittsburgh, o serviço utiliza um sofisticado algoritmo que não só avalia os sentimentos sobre assuntos específicos como também identifica os formadores de opinião mais influentes.

A Jodange, que inclui entre seus investidores iniciais a Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos, está desenvolvendo um novo algoritmo que poderia usar dados de opinião a fim de prever futuros desdobramentos, como o efeito de editorais de jornal sobre os preços das ações de uma empresa.

Com intenções semelhantes, o jornal Financial Times introduziu em março o "Newssift", programa experimental que rastreia os sentimentos quanto a assuntos empresariais que surjam nas notícias, acoplado a um serviço especializado de buscas que organiza as buscas por tópico, instituição, local, pessoa e tema.

Usando o Newssift, uma busca pelo termo "Wal-Mart" revela que nas últimas semanas o sentimento sobre a empresa vem sendo favorável à razão de dois para um ou pouco melhor. Caso a busca seja refinada com o acréscimo do termo "força de trabalho e sindicatos", no entanto, a relação entre opiniões positivas e negativas cai para perto de um para um.

Ferramentas como essas podem ajudar empresas a identificar o efeito de questões específicas sobre o comportamento dos consumidores, ajudando-as a responder com medidas de marketing e estratégias de relações públicas apropriadas.

Embora os algoritmos avançados da Scout Labs, Jodange e Newssift utilizem métodos avançados, nenhum dos serviços funciona com perfeição. Francis afirma que "nosso algoritmo tem precisão da ordem de 70% a 80%", acrescentando que os usuários podem reclassificar resultados manualmente, o que permite que o sistema aprenda com seus erros.

Mas traduzir a escorregadia linguagem humana para valores binários será sempre uma ciência inexata. "Sentimentos são muito diferentes dos fatos convencionais", disse Seth Grimes, fundador da consultoria Alta Plana. Ele aponta para diversos fatores culturais e nuanças linguísticas que tornam difícil transformar textos escritos em uma simples classificação de "pró" e "contra". Por exemplo, "um pecado" é termo elogioso se o objeto do texto é um bolo de chocolate, ele diz.

Os algoritmos mais simples trabalham analisando palavras-chave que podem caracterizar uma declaração como positiva ou negativa - "amor" é positivo, "ódio" é negativo. Mas essa abordagem não conseguem capturar as sutilezas que iluminam a linguagem humana: ironia, sarcasmo, gírias e outras formas de expressão. A análise confiável de sentimentos requer a capacidade de distinguir entre múltiplos tons de cinza.

"Lidamos com sentimentos que podem ser expressos de forma sutil", diz Bo Pang, pesquisador do Yahoo e especialista em análise de sentimentos. Ele desenvolveu um software que inclui diversos filtros de polaridade, intensidade e subjetividade.

Por exemplo, presença forte de adjetivos muitas vezes sinaliza alta subjetividade, enquanto mais substantivos e verbos tendem a indicar uma maior neutralidade.

Pang quer criar um serviço de busca que ordene resultados com base em sentimentos - isso poderia afetar a ordem de retornos em buscas como "melhor hotel de San Antonio".

Com a incorporação de mais dados de opinião aos resultados de busca, a distinção entre fato e opinião pode começar a se perder, até o momento em que, como afirmou David Byrne em uma canção, "os fatos todos venham equipados com pontos de vista".

Tradução: Paulo Migliacci ME

Fonte: terra

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Kim Daejung

O pessoal tá falando um monte já do ex-presidente e ex-vivo Kim Daejung, então nem preciso dar muitos detalhes por aqui.

Mas uma coisa que ninguém falaou até agora (pelo menos até onde eu vi) é um fato curioso.

Ele morreu duas vezes.

No momento em que ele morreu pela primeira vez, estava eu chegando ao meu laboratório onde já se encontravam alguns coreanos comentando sobre o fato.

Enquanto estávamos discutindo a batida de caçuleta que o digníssimo ex-presidente havia efetuado, um dos coreanos solta uma gargalhada e comenta: "Ah, que que é isso!?" Todos espantados com sua reação, perguntamos a ele o que havia acontecido. Ao que ele responde: "Kim Daejung está vivo de novo!"

Naquele momento, os médicos haviam ressuscitado o ex-presidente e todas as notícias de morte e tudo o mais foram desmentidas e todos os jornais anunciaram prontamente a ressurreição.

Passam-se mais alguns minutos, o mesmo coreano solta outra gargalhada e fala: "Morreu de novo!"

E assim foi. Quarenta e três minutos de prorrogação, mas perdeu... E assim se foi um dos ex-presidentes coreanos. Amado por muitos, odiado por outros; considerado o pai da modernização tecnológica da Coreia e também como o que reuniu (aos trancos e barrancos) as famílias separadas havia décadas pela Guerra da Coreia; odiado por ter financiado e "dado" um bom dinheirinho por debaixo do pano ao Kim Jong Il (o maluco do norte)...

E assim a história vai se escrevendo...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Brasil, país racista?

Olha só o absurdo que acabei de ler...


Homem negro espancado, suspeito de roubar o próprio carro
Por Notícia da agência Afropress 14/08/2009 às 12:40

Tomado por suspeito de um crime impossível - o roubo do seu próprio carro, um EcoSport da Ford - o funcionário da USP, Januário Alves de Santana, 39 anos, foi submetido a uma sessão de espancamentos com direito a socos, cabeçadas e coronhadas, por cerca de cinco seguranças do Hipermercado Carrefour, numa salinha próxima à entrada da loja da Avenida dos Autonomistas, em Osasco. Enquanto apanhava, a mulher, um filho de cinco anos, a irmã e o cunhado faziam compras.

Leia Mais

Afropress

A direção do Supermercado, questionada pelo Sindicato dos Trabalhadores da USP, afirma que tudo não passou de uma briga entre clientes.

O caso aconteceu na última sexta-feira (07/08) e está registrado no 5º DP de Osasco. O Boletim de Ocorrência - 4590 - assinado pelo delegado de plantão Arlindo Rodrigues Cardoso, porém, não revela tudo o que aconteceu entre as 22h22 de sexta e as 02h34 de sábado, quando Santana - um baiano há 10 anos em São Paulo e que trabalha como Segurança na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, há oito anos - chegou a Delegacia, depois de ser atendido no Hospital Universitário da USP com o rosto bastante machucado, os dentes quebrados.

Ainda com fortes dores de cabeça e no ouvido e sangrando pelo nariz, ele procurou a Afropress, junto com a mulher - a também funcionária do Museu de Arte Contemporânea da USP, Maria dos Remédios do Nascimento Santana, 41 anos - para falar sobre as cenas de terror e medo que viveu. "Eu pensava que eles iam me matar. Eu só dizia: Meu Deus".

Santana disse pode reconhecer os agressores e também pelo menos um dos policiais militares que atendeu a ocorrência - um PM de sobrenome Pina. "Você tem cara de que tem pelo menos três passagens. Pode falar. Não nega. Confessa, que não tem problema", teria comentado Pina, assim que chegou para atender a ocorrência, quando Santana relatou que estava sendo vítima de um mal entendido.

Depois de colocar em dúvida a sua versão de que era o dono do próprio carro, a Polícia o deixou no estacionamento com a família sem prestar socorro, recomendando que, se quisesse, procurasse a Delegacia para prestar queixa.

Terror e medo

"Cheguei, estacionei e, como minha filha de dois anos, dormia no banco de trás, combinei com minha mulher, minha irmã e cunhado, que ficaria enquanto eles faziam compra. Logo em seguida notei movimentação estranha, e vi dois homens saindo depressa, enquanto o alarme de uma moto disparava, e o dono chegava, preocupado. Cheguei a comentar com ele: "acho que queriam levar sua moto". Dito isso, continuei, mas já fora do carro, porque notei movimentação estranha de vários homens, que passaram a rodear, alguns com moto. Achei que eram bandidos que queriam levar a moto de qualquer jeito e passei a prestar a atenção", relata.

À certa altura, um desses homens - que depois viria a identificar como segurança - se aproximou e sacou a arma. Foi o instinto e o treinamento de segurança, acrescenta, que o fez se proteger atrás de uma pilastra para não ser atingido e, em seguida, sair correndo em zigue-zague, já dentro do supermercado. "Eu não sabia, se era Polícia ou um bandido querendo me acertar", contou.

Os dois entraram em luta corporal, enquanto as pessoas assustadas buscavam a saída. "Na minha mente, falei: meu Deus. Vou morrer agora. Eu vi essa cena várias vezes. E pedia a Deus que ele gritasse Polícia ou dissesse é um assalto. Ele não desistia de me perseguir. Nós caímos no chão, ele com um revólver cano longo. Meu medo era perder a mão dele e ele me acertar.

Enquanto isso, a mulher, a irmã, Luzia, o cunhado José Carlos, e o filho Samuel de cinco anos, faziam compras sem nada saber. "Diziam que era uma assalto", acrescenta Maria dos Remédios.

Segundo Januário, enquanto estava caído, tentando evitar que o homem ficasse em condições de acertar sua cabeça, viu que pessoas se aproximavam. "Eu podia ver os pés de várias pessoas enquanto estava no chão. É a segurança do Carrefour, alguém gritou. Eu falei: Graças a Deus, estou salvo. Tô em casa, graças a Deus. Foi então que um pisou na minha cabeça, e já foi me batendo com um soco. Eu dizia: houve um mal entendido. Eu também sou segurança. Disseram: vamos ali no quartinho prá esclarecer. Pegaram um rádio de comunicação e deram com força na minha cabeça. Assim que entrei um deles falou: estava roubando o EcoSport e puxando moto, né? Começou aí a sessão de tortura, com cabeçadas, coronhadas e testadas", continuou.

Sessão de torturas

"A sessão de torturas demorou de 15 a 20 minutos. Eu pensava que eles iam me matar. Eu só dizia: Meu Deus, Jesus. Sangrava muito. Toda vez que falava "Meu Deus", ouvia de um deles. Cala a boca seu neguinho. Se não calar a boca eu vou te quebrar todo. Eles iam me matar de porrada", conta.

Santana disse que eram cerca de cinco homens que se revezavam na sessão de pancadaria. "Teve um dos murros que a prótese ficou em pedaços. Eu tentava conversar. Minha criança está no carro. Minha esposa está fazendo compras, não adiantava, porque eles continuaram batendo. Não desmaiei, mas deu tontura várias vezes. Eu queria sentar, mas eles não deixavam e não paravam de bater de todo jeito".

A certa altura Januário disse ter ouvido alguém anunciar: a Polícia chegou, sendo informada de que o caso era de um negro que tentava roubar um EcoSport. "Eles disseram que eu estava roubando o meu carro. E eu dizia: o carro é meu. Deram risada."

A Polícia e o suspeito padrão

A chegada da viatura com três policiais fez cessar os espancamentos, porém, não as humilhações. "Você tem cara de que tem pelo menos três passagens. Pode falar. Não nega. Confessa que não tem problema", comentou um dos policiais militares, enquanto os seguranças desapareciam.

O policial não deu crédito a informação e fez um teste: "Qual é o primeiro procedimento do segurança?". Tonto, Januário, Santana disse ter respondido: "o primeiro procedimento é proteger a própria vida para poder proteger a vida de terceiros".

Foi depois disso que conseguiu que fosse levado pelos policiais até o carro e encontrou a filha Ester, de dois anos, ainda dormindo e a mulher, a irmã e o filho, atraídos pela confusão e pelos boatos de que a loja estava sendo assaltada. "Acho que pela dor, ele se deitou no chão. Estava muito machucado, isso tudo na frente do meu filho", conta Maria dos Remédios.

Sem socorro

Depois de conferirem a documentação do carro, que está em nome dela, os policiais deixaram o supermercado. "Daqui a pouco vem o PS do Carrefour. Depois se quiserem deem queixa e processem o Carrefour", disse o soldado.

Em choque e sentindo muitas dores, o funcionário da USP conseguiu se levantar e dirigir até o Hospital Universitário onde chegou com cortes profundos na boca e no nariz. "Estou sangrando até hoje. Quando bate frio, dói. Tenho medo de ficar com seqüelas", afirmou.

A mulher disse que o EcoSport, que está sendo pago em 72 parcelas de R$ 789,00, vem sendo fonte de problemas para a família desde que foi comprado há dois anos. "Toda vez que ele sai a Polícia vem atrás de mim. Esse carro é seu? Até no serviço a Polícia já me abordaram. Meu Deus, é porque ele é preto que não pode ter um carro EcoSport?", se pergunta.

Ainda desorientado, Santana disse que tem medo. "Eu estou com vários traumas. Se tem alguém atrás de mim, eu paro. Como se estivesse sendo perseguido. Durante a noite toda a hora acordo com pesadelo. Como é que não fazem com pessoas que fizeram alguma coisa. Acho que eles matam a pessoa batendo", concluiu.


fonte: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2009/08/451866.shtml

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Parabéns para mim, nesta data querida...

Olha só como o tempo voa!

3 anos de Coreia!

Parece que foi ontem que saí do Brasil. Cheio de receios, cheio de incertezas, mas com espírito aventureiro e em busca de novas experiências e novos desafios.

E eis que hoje, três anos se passaram. Três anos de realizações, de medos, de felicidades, de raivas, de todos os tipos de altos e baixos que fazem-nos repensar nossas vidas e nosso futuro.

O que posso dizer é que "não me arrependo".

Na média geral, foram três anos muito bons durante os quais aprendi muito. Não só quanto aos estudos, mas quanto à vida em si. Quem lê meu blog pode até pensar que gosto de reclamar disso ou daquilo, da Coreia ou do Brasil... mas, na verdade, o que procuro fazer são análises construtivas sobre meu país e sobre o país que tão bem me acolheu e me ofereceu várias oportunidades, a maior das quais ter tido a possibilidade de cursar o mestrado na melhor universidade do país e sobre as duas coisas em que eu sempre tive interesse: línguas e computadores => linguística computacional.

Nesses três anos passados, aprendi muito. Mas muito mesmo. Uma nova língua natural, muitas línguas de programação... Aprendi também a viver em um país tão diferente do meu, com tantos costumes e comidas diferentes. Conheci muitas coisas, muitas pessoas, boas e não tão boas...

Aprendi muito, vivi muito, mas ainda há muitas coisas pela frente. Muitas experiências há por vir. E assim vamos para mais um tempo aqui no País da Manhã Tranquila.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Indonesian tribe picks Korean alphabet as official writing system

SEOUL, Aug. 6 (Yonhap) -- A minority tribe in Indonesia has chosen to use Hangeul as its official writing system, in the first case of the Korean alphabet being used by a foreign society, a scholars' association here said Thursday.

The tribe in the city of Bauer and Bauer, located in Buton, Southeast Sulawesi, has chosen Hangeul as the official alphabet to transcribe its aboriginal language, according to the Hunminjeongeum Research Institute.

The Indonesian ethnic minority, with a population of 60,000, was on the verge of losing its native language as it lacked a proper writing system, the institute said.

The city of Bauer and Bauer began to teach students the Korean alphabet last month, with lessons based on textbooks created by the Korean institute.

Composed of writing, speaking and reading sections, all texts in the book -- explaining the tribe's history, language and culture -- are written in the Korean script. The book also includes a Korean fairy tale.

The city plans to set up a Korean center next month and to work on spreading the Korean alphabet to other regions by training Korean language teachers.

Linguists here expressed hope that the case will become a stepping stone to spreading and promoting the Korean alphabet globally. The Hunminjeongeum Research Institute has been trying for several years to spread the Korean alphabet to minority tribes across Asia who do not have their own writing system.

"It will be a meaningful case in history if the Indonesian tribe manages to keep its aboriginal language with the help of Hangeul," said Seoul National University professor and member of the institute Kim Joo-won. "In the long run, the spread of Hangeul will also help enhance Korea's economy as it will activate exchanges with societies that use the language."

Prof. Lee Ho-young, who helped create the Korean textbook for the Indonesian tribe, said it was a "historical case" for the Korean alphabet to be used in preserving the traditional language of a foreign society.

"I hope the case will serve as a meaningful opportunity to show off the excellence of Hangeul outside of the country," he said.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Korean National Branding. Things to think about...

This is an article published by the Joong-An Daily (중안일보), one of the big ones here. Here, Nicolai Hartvig writes about his thoughts about the subject that has been going around the high echelons of Korean Government nowadays.

As it happens in any country in this world, Korea has good and bad things. The same way Brazil, for example, has. There are lots of things here I wouldn't ever exchange for the things we have in Brazil, and vice-versa. However, the Koreans don't seem to understand this and seem to create an image of the country with a heavy make-up on. In my opinion, this can even backfire on them unless they do the job very professionally and don't try to hide the truth. Especially nowadays when information is at the reach of a click...

Read the original story -> here <-.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Momento Sensacional

E quem disse que Feira de Ciências não é legal?!



Mais informações em http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_pentatônica
----
Via Nhambuzim.
Ah, e aproveitem para conhecer este grupo de músicos que canta a obra do grande João Guimarães Rosa! Bão dimais da conta, sô!

sábado, 1 de agosto de 2009

Korea: the IT paradise?

OK. Let's go for this in English now.

I have spent the last 3 years of my life living and studying in the Republic of Korea, aka South Korea, where I'm trying to get my MA in Computational Linguistics. So, just by taking a look at my major, you can understand that I need computers all the time. Moreover, when I got the news that I was granted the opportunity to come to Korea by means of the Korean Government Scholarship Program from NIIED, one the first things I thought was: "Hey! I'm going to Korea! The IT country! So, it'll be nice if I can keep on doing my studies on linguistics and getting some notions of the computational side of it!" So said, so done.

Came to Korea, spent one year studying the language, entered the Comp Ling course at Seoul National University... All according to the plan, huh? Yep.

There is, however, one thing that really annoys me a lot around here.

Since the time when I was living in Brazil, and especially after I came here to Korea, I have been using GNU/Linux for 99.9% of everything I have to do. It fits me and my needs perfectly, and I really don't have more complains about it than I have about the windowed OS. Besides, I get a product with a REALLY good quality for free, differently from what happens with the other OS... It fits all my needs and makes my life much easier when it comes to programming turning this into a seamless and effortless task. The same applies to my friend Henrique (De Prosa na Coreia) that loves making his movies and for that reason has bought a Mac that fits his needs to edit and create beautiful and artistic pro-ish master-pieces.

Now we come to the main point of this post.

In Korea, nothing -- without any exaggeration -- nothing works if it's not run under Windows®. There's NO site that doesn't use tons of flash animations (which are still OK under Mac®/Linux) and other tons of ActiveX® modules! Here is the problem: ActiveX® only runs under Windows®!

Apart from ActiveX, there's another problem: Microsoft-only Webpages. Microsoft, as the leading company in the world, never seemed to be so keen of standardizations whatsoever. In fact, when they talk about standardization it's basically a one-side talk in order to standardize their own formats or the formats they support, which many times eventually happen if not officially, unofficially because of the huge use of .doc, .mp3, .wav, etc... However, their power began to show some weakness with the Open Document Format (.odf) being standardized by ISO last year. However, it's obvious to anyone that this fact will not prevent their closed format (.docx) of being used widely. Whatever. The point is that Internet Explorer®, Microsoft's www browsing program, has its own non-standardized code. That means that if you write a webpage optimized for MS's IE, it WON'T work in any other browser that follows the W3C Consortium Standards (all browsers, but IE)...

All this makes Korean internet virtually inaccessible if your not using a fully Microsoft compliant system (maybe even with a MS T-shirt on). It's impossible... They don't know the meaning of cross-platform software, not speaking about "cross-platform webpages"!

This causes a LOT of problems in our day-by-day life around here, since everything in Korea is online. I can't see my grades and can't do the enrollment process on the University webpage. I need Windows to do that. I can't listen to songs or see videos legally from Korean websites. I need Windows to do that. I can't register in virtually any portal, since I need to download tons of ActiveX controls. I need Windows to do that. I can't play online games. I need Windows to do that. I can't watch free open TV through the internet. I need ActiveX players or Windows-only programs to do that!!! I can't access any government site (the worst ones!) or any bank sites (the second worst ones!), because they need my "personal electronic signature" and it's only accessible by means of ActiveX apps! I need Windows to do that.

When, by some strange reason, I don't need Windows to do something, the problem is the webpage layout that gets completely scrambled and the webpage gets terribly slow and unreadable, because... I'm not using Internet Explorer.

There are lots of people around the world that complain a lot about China and the way they manage the internet with all that censorship that cuts off access to pages that go against the regime... Well, to tell you the truth, I feel *exactly the same* here in Korea! Just because I happen to go against the Microsoft Monopoly that exists in South Korea, which is firmly supported by the government, I can't do around 90% of what I want or have to do online in this country!

Because of all this, Korea is not the most IT-savvy country in the world. It's in fact merely a branch of Microsoft... And, if you don't accept the "System", if you don't follow the "Rules", you will be censored and excluded from the cyber-society, which, in Korea, seems to have become even more important than the three-dimensional reality...

With hope that one day things will get better,
Juliano


PS: Another problem that doesn't apply to me, since "GNU/Linux = security", but deserves to be mentioned is something that I have been seeing (quite frequently I should say). People in general get SO used to clicking all the popups and warning messages that they never read them anymore. This causes a huge security problem because some bad guys use the naïveté of most users to make them download viruses and trojans that get hidden among the thousands of ActiveX applets, that among other "abilities" usually cause the computer to slow down, and from there, they send personal info about this computer's user(s), or they can attack the system in many a way that would cause a lot of trouble to the owner that willingly accepted the "installation" of the virus. Koreans usually click everything that pops up on their faces... That's not safe...

Notes:
ActiveX controls

ActiveX controls — small program building blocks — can serve to create distributed applications that work over the Internet through web browsers. Examples include customized applications for gathering data, viewing certain kinds of files, and displaying animation.

One can compare ActiveX controls in some sense to Java applets: programmers designed both these mechanisms so that web browsers could download and execute them. However, they also differ:

* Java applets can run on nearly any platform, while ActiveX components officially operate only with Microsoft's Internet Explorer web browser and the Microsoft Windows operating system.[2]
* Programmers can grant to ActiveX controls a much higher level of control over Windows than Java applets ever achieve, making them both more powerful and dangerous.

Malwares, such as computer viruses and spywares, can be accidentally installed from malicious websites using ActiveX controls (drive-by downloads). Signed Java applets can also be used for such attacks, although this is rare. (From Wikipedia http://en.wikipedia.org/wiki/Activex)

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