Itens compartilhados de Juliano

sábado, 4 de outubro de 2008

Viagem à China - ainda mais uma parte

Continuação do post "Viagem - Mais uma parte".


Olá, pessoas que lêem meu blog! Apesar de não saber direito quem são pois quase não recebo comentários... Mas aí vai mais um dia de aventuras em território chinês.

Terminal de Passageiros do Porto de Tianjin

Depois de termos nos aventurado pelas primeiras atravessadas de rua em Tianjin, a cidade portuária onde desembarcamos, voltamos ao nosso hotel sãos e salvos e com o bucho cheio. Prontos para dormir.

No dia seguinte, descemos novamente os 12 andares que nos separavam do solo (os hotéis na China geralmente são bem grandes, e altos) e partimos em direção ao balcão onde deveríamos fazer nosso check-out. Tudo correu bem, inclusive a devolução de 100 yuans por pessoa que pediram no dia anterior como caução... na verdade tudo na China tem isso, se não se paga caução, não se consegue o serviço: hotel, internet, e até o cartãozinho pra comer no shopping (mais pra frente vocês vão saber). E fui até a "agência de turismo" que tinha no hotel, pra perguntar onde é que poderíamos ir pra conhecer um pouco de Tianjin antes de tomarmos rumo a Pequim. O engraçado é que ninguém sabia de nada. Nem de como poderíamos ir ao centro... No dia anterior, como disse no post anterior, já tínhamos visto o metrô, relativamente perto do hotel, e, com o pensamento lógico que Deus me deu, imaginei que seria o modo mais fácil (e econômico) de nos locomovermos... Quando sugeri isso, as meninas se entreolharam e, em coro, responderam: "Metrô? Onde? Tem?" Num güentei. Como é que elas não sabem disso? Elas passam a vida toda dentro do hotel, trabalhando e dormindo? - pensei, mas contive-me. E adjungi: "Mas ontem, ao passarmos pela avenida tal aqui perto, vimos uma estação do metrô e tal..." Ao que me responderam: "Ah, então já tá pronto??? Não sabia..." De qualquer forma, como estávamos com mochilas grandes, chegamos à conclusão que seria melhor tomarmos um táxi, já que o centro não era tão longe. Desanimado com as orientações recebidas, fomos à rua e tomamos um táxi para o centro, já que as mesmas meninas que não sabiam do metrô, também não sabiam onde ficava a parte histórica de Tianjin (que é bem famosa pela influência colonial com inúmeras construções inglesas, francesas... da época em que Tianjin era um entreposto comercial e portuário que ligava a China ao ocidente, meio como Shanghai, Hong-Kong e Macau). E o pertinho de chinês é igual a pertinho de mineiro, "é logo ali" e demora uma meia hora. Mas chegamos, fazendo o possível para me comunicar com a taxista, uma senhora gentil e prestativa. Chegamos, pagamos uma quantia módica e de mochilão nas costas saímos para percorrer o centro (comercial) de Tianjin.

Hotel onde nos hospedamos

Tianjin é uma cidade que não deixa a desejar (no quesito "capitalismo"). Tem lojas para todos os gostos e bolsos, e inúmeros shoppings se apertando um ao lado do outro no centro (que é bem grandinho). Roda pra cá, roda pra lá, acabamos parando no Isetan, uma rede japonesa de lojas de departamento e resolvemos dar uma olhada. E como toda loja de departamento que se preze, havia no subsolo um supermercado com tudo o que poderíamos querer. Como já se aproximava a hora do almoço, resolvemos fazer a feira por lá mesmo. Eun Bee comprou um saco de mangostão e eu fiquei com um saco (tipo saco de leite) de iogurte de mamão da Parmalat (saudades gastronômicas brasileiras, já que na coréia não tem nem iogurte (que se preze), nem mamão, nem Parmalat). Feliz da vida com meu achado mamonístico, seguimos rumo à superfície e fomos parar num outro shopping do outro lado da avenida. Chegando lá, vi uma pequena banquinha de jornais e pensei em comprar um mapa da cidade pra não ficar dependendo das informações desencontradas das meninas da agência. Cheguei pro tiozinho da banca e sem pestanejar soltei meu chinês, ao que se deu o seguinte diálogo:

-有地图吗?
-有。
-多少钱?
-5块。
-给我一个。
-谢谢。

Tecla SAP:

- Tem mapa?
- Tem.
- Quanto é?
- 5 yuans.
- Me dá um.
- Obrigado.

E saí feliz da vida com meu chinês e com meu mapinha na mão. Entramos num Starbucks, acomodamo-nos nas confortáveis poltronas e pus-me a estudar o mapa e a comer uns bolinhos que Eun Bee tinha comprado no dia anterior. Descobri que estávamos relativamente próximos à estação central de Tianjin e que "teoricamente" não seria tão difícil irmos até lá. Pelo mapa parecia uma caminhada de uns quinze minutos. Mas eu havia me esquecido que as coisas na China são um pouco superlativas...

Eun Bee lendo seu mapa escrito em coreano


PS: Post escrito em OUTUBRO!!! e esquecido no balaio de gatos... E olha que ainda tem história!!!

Será que agora vai?

Municípios enfrentam desafio do analfabetismo escolar

Carolina Glycerio
Enviada especial da BBC Brasil a Sobral

A constatação do fenômeno do analfabetismo escolar, ou das crianças que freqüentam a escola mas não aprendem, tem aumentado
a pressão sobre os municípios para melhorar a educação fundamental, a parte que lhes cabe no latifúndio educacional.

Os últimos números a mostrar que a expansão do acesso não se traduziu em qualidade da educação partiram do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que no final de setembro divulgou que dos 1,3 milhão de crianças entre 8 e 14 anos que não sabiam ler nem escrever no ano passado, 1,1 milhão (84,5%) estavam na escola.

"Não é que (o Brasil) não saiba educar, não sabe educar todos. Nosso problema de qualidade é muito mais profundamente um problemade eqüidade", disse o ministro da educação, Fernando Haddad, em recente entrevista a correspondentes internacionais.

Para Haddad, o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) municipal, divulgado a cada dois anos, torna claro o que cada prefeito fez na educação.

"Não existia Ideb para o município (antes de 2005). Como os prefeitos tomaram posse em 2005 e os novos tomarão posse em 2009, há 'Idebs' e há como julgar as gestões municipais no que diz respeito à qualidade."

Se estiverem prestando a devida atenção no Ideb, os prefeitos que concorrem à reeleição têm pouco a comemorar. Em 2007, a maioria dos municípios registrou uma melhora, mas 53% deles obtiveram nota inferior à média nacional (4,2 pontos) em uma escala de 0 a 10, nas séries iniciais do ensino fundamental. Nas séries finais, o resultado foi ainda pior, com 60% dos municípios abaixo da média (3,8).

'Jogo de culpa'


Embora o último Ideb também tenha indicado uma diminuição das desigualdades regionais, a falta de recursos e o perfil socioeconômico dos alunos são explicações comuns de municípios pobres que têm mau desempenho no Ideb.

O Brasil investe pouco em educação, cerca de 2% a 2,5% do PIB, muito menos não só do que países desenvolvidos, mas também da região - a Argentina, por exemplo, se comprometeu com 6%.

Ainda assim, cidades como Sobral, no Ceará, e Teresina, no Piauí, conseguiram elevar o seu Ideb investindo o que está previsto em lei - no mínimo 25% das receitas obtidas com impostos. Entre 2005 e 2007, Teresina melhorou de 4,2 para 4,9 pontos e Sobral, de 4,0 para 4,9.



Para o diretor da Escola de Formação de Professores de Sobral, Joan Edessom Oliveira, há um "jogo de culpa" que impede que o município assuma a sua responsabilidade e prejudica o aprendizado dos alunos.

"A escola diz que os meninos não aprendem porque são pobres, porque os pais não se interessam, porque as famílias são desestruturadas", diz Oliveira.

"Precisamos intervir. Nós, escola pública, temos alunos pobres, muitas vezes com problemas de família, muitas vezes em realidades periféricas, violentas, mas eles estão ali e eles dão conta dos conteúdos como todos os outros. A escola precisa garantir que dêem conta."

Para o técnico de projetos do Unicef Rui Aguiar o município precisa ter uma proposta pedagógica clara, com metas de alfabetização e eliminação do abandono escolar.

"A gente apóia a autonomia pedagógica (das escolas), mas também que o município assuma a sua responsabilidade de acompanhar (o desempenho)", disse Aguiar. "Onde os resultados são péssimos, está todo mundo solto."

Apesar das expectativas do ministro e de campanhas que reforçam a importância da educação, uma pesquisa do Ibope feita em setembro indicou que menos de 1% dos eleitores consideram as propostas de educação do candidato decisivas para o seu voto.

A despeito dessa aparente falta de interesse, ou por causa dela, educadores discutem cada vez mais meios de envolver a comunidade com os assuntos da escola, a começar pelas próprias famílias dos alunos.

O Unicef está desenvolvendo em parceria com Sobral e Teresina o projeto Palavra de Criança, para orientar os pais, que muitas vezes analfabetos, a acompanhar a vida escolar da criança. "A gente quer a cumplicidade da família", afirma Rui Aguiar.

Outro desafio apontado por especialistas é a falta de integração das secretarias de educação com as de saúde e assistência social.

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