Itens compartilhados de Juliano

terça-feira, 8 de julho de 2008

Meu mais novo "bebê"

Depois de quase 2 anos por aqui, resolvi concretizar um sonho que de há muito desejava. Comprei uma bicicleta.
Minha vida por aqui não é nada do que se possa chamar de excepcionalmente ativa (pelo menos não fisicamente). Já estava me sentindo mal de tanta falta de exercício... Então por que não juntar o útil ao agradável? Bicileta foi sempre algo por que sempre me interessei e desde minha primeira, aos 5 anos de idade, nunca fiquei muito afastado da magrela. Pelo menos até me formar no segundo grau. Daí pra frente, só usei bicicleta no Japão, no ano 2000, e de lá pra cá somente pude cultivar o desejo de mais uma vez possuir um meio de transporte barato, prático, limpo e saudável. Mas, em se tratando de Seul, devo também adjungir o adjetivo "um pouco perigoso". Na verdade, não é nada comparado com São Paulo, e de uma forma mais geral, no Brasil. Lá, realmente, eu não tenho coragem de andar de bicicleta em paz. Por aqui, pelo menos os carros andam relativamente devagar, o mais perigoso parecem ser as pessoas. Ninguém olha pra onde vai... Por essa razão, deve-se estar atento pra não atropelar nenhuma velhinha desavisada, ou algum estudante indo pra escola. De resto, tudo bem. Além disso, há relativamente muito mais ciclovias por aqui do que em São Paulo, mas o problema é que as mesmas começam no nada e terminam em lugar nenhum... Não há muita lógica. A não ser em grandes lugares públicos como o parque que margeia o rio Han que corta a cidade de cabo a rabo. Aí sim é o paraíso dos ciclistas. Lá é um tipo de Ibirapuera daqui. Inclusive, agora no "maldito" verão, tem gente que acampa na beira do rio pra dormir, uma vez que o calor dentro das casas se torna infernalmente insuportável. Claro, se se está disposto a pagar uma conta de luz mais alta, basta ligar o ar condicionado, mas muita gente que faz isso (dormir na beira do rio) é porque gosta de se sentir mais perto da natureza, ou os mais velhos que foram criados no campo e ainda não estão tão acostumados com a vida na grande metrópole. E por falar nisso, Seul é tão grande, bonita, feia, limpa, suja, interessante, assustadora quanto São Paulo. O bom é que a parte onde se lê "assustadora" só o é para os Coreanos, já que para quem morou em uma grande metrópole do ocidente isso é fichinha. Crimes quase não existem por aqui. Só de vez em quando, quando alguém tem um ataque de esquizofrenia ou alguma outra doença mental e acaba matando alguém. Aí vira filme e eles ganham o maior dinheirão com isso. Fora isso, há alguns roubinhos vagabundos como o que aconteceu com uma amiga: entraram na casa dela, após serrarem uma grade e meia da janela (como no Brasil aqui também tem grades nas janelas), entraram no apartamento que continha TV, dois laptops, som, e muitos outros etcéteras e levaram sabe o quê? O porquinho de guardar moedas! O POR-QUI-NHO!!! É ou não é divertido? Pra gente, quando ouvimos que alguém entrou na casa de alguém já ficamos esperando pelo pior: estupros, latrocínios, o diabo a quatro... E aqui: POR-QUI-NHO! Não é de fazer rir??? É claro que este não deixa de ser um ato ilícito e imoral e amoral (amoral não é adjetivo referente a "amora", tá?), mas de qualquer forma, para nós brasileiros, só um porquinho se torna engraçado. Isso meio que mede o alto grau de violentabilidade ao qual infelizmente já estamos acostumados, não é não? Já temos uma idéia pré-concebida de que uma invasão domiciliar é um ato que normalmente deve trazer conseqüências catastróficas e não somente perdas materiais; que atos de qualquer tipo de assalto devam trazer algum tipo de violência (geralmente física ou moral). Por aqui, simplesmente o fato de alguém ter adentrado ao espaço privado de uma pessoa sem a devida anuência do proprietário já se considera um fato de extremo perigo e desespero. Essa minha amiga, quando se deu conta do fato, ligou-me para narrar o acontecido e eu, chegando na parte do POR-QUI-NHO, não pude conter-me e explodi-me em risos! No final, ela também acabou por rir, já que percebeu que tudo poderia ter sido muito pior, mas mesmo assim, sua reação me pareceu, a mim como brasileiro, um tanto quanto exagerada.
Bem, essas são apenas algumas poucas histórias (ah, e de acordo com as leis sacras que regem e trancafiam a língua dita portuguesa, "estória" não existe, pelo menos não mais) que se passam por aqui pelas terras do antigo e quadrimilenar "Reino da Manhã Tranqüila". E acabei fazendo mágica neste meu post... Transformei minha nova bicileta em um POR-QUI-NHO! Ahahaha...
Um abraço pra quem fica.
Fui!

Um comentário:

Rodrigo Feliciano disse...

Juliano, cuidado ao andar perto desse rio... Vi num filme daí que tem um monstro morando lá... hehe...

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