Saudações a todos!
Há já muito tempo que o KCC vem dando últimos suspiros, entrando na UTI (ou no CTI, como dizem lá em Minas), desmorrendo e voltando à vida. Como podem ver, nada mudou. Aqui está mais um ressuspiro do nosso amado blogue, esperando que continue na ativa por mais algum tempo e que seja eterno enquanto dure.
Bem, como puderam ver pela semi-postagem abaixo, fui ao Brasil. Finalmente, depois de cinco (!) anos, voltei à pátria amada, idolatrada, salve-salve pela primeira vez desde que pus meus pés em território coreano.
A viagem foi interessante.
Primeiro a droga do avião. Pelo menos não fiz a viagem de uma só vez. Fui até Istambul, parei um pouquinho, descansei um pouquinho e continuei o raio da viagem longuíssima. Dezoito mil quilômetros não são bolinho. É longe pra dedéu. Saí de Pusan (ou Busan, tanto faz) e parti em direção a Seul. Fiquei por lá uns dias, fiz compras para levar para a família, revi amigos de há muito que continuam na capital, despedi-me de meus restaurantes favoritos e, no dia 9 de julho, no dia da Revolução Constitucionalista, embarquei rumo ao Oriente, em direção à cidade os continentes se encontram; a cidade de muitos nomes, Bizâncio, Constantinopla, ou, atualmente, Istambul. A capital da Turquia não é um lugar que se possa apreciar em apenas alguns dias, foi a conclusão a que cheguei tendo estado lá por 3 noites. Realmente não dá. É preciso mais. Há muito o que se ver, fazer e comer. O problema maior, para mim, foi também a localização onde estive: Sultanahmet, o bairro turístico onde se concentra a maioria das atrações turísticas, e, consequentemente, a enorme maioria dos turistas. Sultanahmet é aquele típico lugar onde só se quer aproveitar das divisas externas que trazem os turistas sem muita preocupação com o ser humano que está dentro desse viajante. Todos, por falarem inglês, oferecem um serviço chinfrim com uma comida que não é tão boa quanto eu esperava. Mas, afinal, turistas só querem saber mesmo de beber e de comer aquela carne enrolada no pão, a qual ainda me recuso de chamar de kebab. O melhor kebab que comi, foi em um restaurantezinho sem pretensão alguma, no centro da cidade, perto da Praça de Taksim (um equivalente mais arrumadinho doque a praça da Sé), descendo a Avenida da Independência (İstiklâl Caddesi). Um ótimo serviço, atencioso, simpático e, o mais importante, delicioso. Com direito a um sorriso de agradecimento do cozinheiro ao pagar a conta. Esse sim era o Kebab (com letra maiúscula) que eu esperava comer em Istambul. Só por isso já valeu.
Depois de 3 dias de aventuras istambulescas, parti em direção ao aeroporto com rumo ao Brasil, só para descobrir que havia deixado o passaporte no cofre do hotel. Havia pedido para deixar o dinheiro que estava levando e a dona do hotel insistiu que eu deixasse também o passaporte, já que Istambul é perigoso para estrangeiros (coitada, não conhece o Brasil...). No dia de sair, como nunca me afasto de meu passaporte, nem lembrei que o havia deixado lá. Chegando ao aeroporto, atacou-me um nervoso súbito e não sabia o que fazer. Conversei com a atendente que fazia o check-in, e ela até me deixou fazer o check-in, mas disse que, obviamente, eu não poderia embarcar se não estivesse de posse de meu passaporte. Disse que ia ver o que faria e comecei a pensar. Cheguei até a pensar em mudar a data, perguntei se era possível, e me disseram que era, mas que eu deveria pagar uma multa de € 50 (o que eu já sabia)... e também, continuou, um adicional de € 600 pela urgência! Quando ouvi isso, liguei ao hotel e disse para eles fazerem o favor de botar meu passaporte num táxi e me enviar o passaporte (o que eles já tinham se oferecido a fazer quando liguei da primeira vez logo que soube do fato). Saí do aeroporto e, a cada táxi que entrava, eu olhava e gritava "Pasport?". Todos faziam uma cara de "Quê?" e eu sinalizava para eles irem e olhava para o próximo. Passaram uns 50 carros. Desisti de ficar perguntando. E, obviamente, na hora que descuidei, chega um cara do meu lado e pergunta "Pasport?". Eu quase pulei no pescoço dele quando vi o caderninho azul escrito em letras douradas! Ah, que alívio! E o pior é que ele ainda queria me cobrar a corrida, a qual já tinha sido paga pelo hotel. Eles insistiram em fazê-lo. Só tenho o que agradecer a eles lá. Agradeci ao taxista e mandei-o passear dizendo que o hotel já tinha pago. Passei pelo detetor de metais na entrada do aeroporto cortando fila gritando que ia perder o avião e cheguei, arfante, ao balcão de check-in, vitorioso com o passaporte na mão. A mocinha riu, enviou minhas malas e me mandou correr para o portão de embarque, que, obviamente, era o último e o mais longe do aeroporto. Cheguei transpirando mais que um gambá, se é que gambá transpira, e, finalmente, embarquei.
Umas 12 horas depois, chegava a São Paulo. Assustei-me com a seção de imigração de brasileiros. Tinha uma meia dúzia de moleques lá com crachá de "Atendente" (me parece) que só escaneia nossos passaportes e pega o papelzinho de imigração. Nenhum agente da polícia federal. Pelo menos é rápido. Olhei do lado, e uns 200 estrangeiros na fila com apenas um agente da PF para atendê-los. "É... algumas coisas não mudam...", pensei.
Cheguei.
Fui recebido pelo Thiago, que fez questão de me buscar. Foi o primeiro contato com o Brasil. E uma boa primeira impressão! :)
Depois escrevo mais.
Abraço a todos.