Itens compartilhados de Juliano

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Roh Moo-hyun e a comoção nacional

Vou tentar expôr aqui em poucas linhas a importância do suicídio do ex-presidente e a possível repercussão contra o atual governo LMB, como os coreanos soem (chique, né?) chamar a Lee Myung-bak.


Chegada do féretro à cidade natal


Roh Moo-hyun nasceu em uma família pobre de agricultores em uma província de pouco valor político nacional. Nunca pôde cursar uma faculdade, mas mesmo assim acabou estudando sozinho e se tornou um advogado auto-didata (na época em que essas coisas eram possíveis).

Sempre lutou pelos direitos humanos, principalmente em relação aos estudantes que protestavam contra o governo ditatorial coreano.

Foi eleito com uma plataforma anti-corrupção e anti-regionalista (já que a política coreana é bem ao estilo café-com-leite, muito regional) e, ao tomar posse, continuou a política do governo anterior DJ (Kim Dae-jung) de diálogo e apoio à Coreia do Norte. Em 2004, sofreu um pedido de impeachment que foi negado pelo Supremo Tribunal Constitucional.

Durante seu governo, sempre foi criticado e perdeu muito de seu apoio, o que levou à eleição do atual presidente, que era seu rival político.

O problema é que, LMB, o novo presidente, depois de eleito, mostrou-se completamente avesso à opinião pública, fazendo o que bem entende e criando projetos mirabolantes os quais não são aprovados de maneira alguma pelo povo, como a construção de um canal ligando Seul e Busan, o que não é necessário, a não ser uma obra que poderá ser efetuada pelas empreiteiras que deram seu apoio à eleição de LMB. O novo governo também acabou com a política de reconciliação com a Coreia do Norte desde o primeiro dia no cargo. O que corroeu rapidamente os laços entre os dois países, culminando nas ameaças nucleares que temos ouvido falar atualmente e no fechamento da área industrial especial de Kaesong, uma "zona franca" onde empresas sul coreanas fabricam produtos na Coreia do Norte, dando emprego e salário aos norte coreanos e conseguindo mão de obra barata.

Durante o governo de LMB também aconteceram os episódios da carne de vaca americana contaminada com a doença da vaca louca, das desapropriações de imóveis que acarretaram na morte de vários protestantes, etc, etc. A última do LMB foi a ação movida contra Roh Moo-hyun. O governo atual "tinha que" encontrar uma mancha no governo passado para poder comparativamente ficar bem na visão do povo. Eles acharam um fato de que a esposa do ex-presidente recebeu um presente em dinheiro de um amigo de longa data da família para poder pagar uma dívida que havia contraído. Esse fato foi tomado como corrupção e recebimento de propina sobre o qual o caso foi aberto.

Na opinião dos coreanos, isso é visto como um fato familiar da vida da família do ex-presidente que estava passando por dificuldades a que um amigo de longo data só desejou ajudar dando o presente. O povo não vê isso como um ato de corrupção ou recebimento de propina.

E por causa disso, somado às outras "c*g*d*s" do governo atual, que é famoso por não ouvir a opinião do povo, o povo está inconformado com a perda de seu ex-presidente.

Como disse o Henrique em seu blog, estão acontecendo velórios-protestos em vários lugares do país, onde o povo presta sua última homenagem a Roh Moo-hyun. Nesses velórios, o povo aproveita para levar cartazes e protestar contra o governo atual, ao qual chamam de "Governo Assassino".



Povo nas ruas e "policiais do LMB" (como são chamados pelo povo)

Que coisa...

Direto do site da BBC...



Ásia
Brasil quer promover diálogo com Coreia do Norte, diz embaixador

Marina Wentzel *

De Pequim para a BBC Brasil

Patrulha norte-coreana na fronteira do país

Manobras nucleares norte-coreanas aumentaram clima de tensão na região

O diplomata Arnaldo Carrilho, designado embaixador do Brasil em Pyongyang, afirma que a intenção do governo brasileiro ao estabelecer uma representação na Coreia do Norte é ajudar a retirar o país asiático do "isolamento" e desobstruir os caminhos para o diálogo.

"O Brasil surgiria, e eu pretendo ainda que surja, como um proponente do diálogo", disse Carrilho em entrevista à BBC Brasil. "O que queremos é fazer a República Popular Democrática da Coreia do Norte sair do esconderijo onde está, desse isolamento onde está."

A inauguração da embaixada brasileira em Pyongyang estava prevista para a próxima sexta-feira, dia 29, mas foi suspensa até segunda ordem por conta do agravamento das tensões na Península Coreana após o teste nuclear norte-coreano realizado na segunda-feira.

Apesar do interesse do Brasil na região, o professor de Relações Internacionais da Universidade de São Carlos, José Augusto Guilhon, avalia que a participação brasileira em grandes temas da política internacional "ainda é ilusória".

Na avaliação de Guilhon, o Brasil não tem capacidade comercial, política ou militar para interferir nos assuntos que dizem respeito à Coreia do Norte.

Momento de "cautela"

De acordo com o embaixador Arnaldo Carrilho, os planos brasileiros de abrir a embaixada na Coreia do Norte foram adiados até que o Itamaraty dê novas instruções.

"O chanceler Celso Amorim me pediu que não partisse logo, que deixasse ver o que vai acontecer", afirmou Carrilho, que está hospedado junto ao corpo diplomático brasileiro em Pequim, na China. "Estamos esperando a resolução do Conselho (de Segurança da ONU)."

"Os canais de interlocução da Coreia do Norte estão meio entupidos", diz Carrilho. "Com essa bomba, então, ficou muito entupidinho o negócio, então a ideia é o Brasil chegar e ajudar."

Na avaliação do professor brasileiro de relações internacionais Soleiman Diaz, que leciona em Seul, a atitude do Brasil de adiar a abertura da embaixada é necessária porque "o momento é de cautela".

"O Brasil estaria mandando uma mensagem errada ao abrir uma embaixada em um país que está desafiando o resto do mundo", avalia Diaz. "Estabelecer esta embaixada é oficializar o apoio a uma indústria bélica, então não é o momento mais adequado."

Para o professor José Augusto Guilhon, ao planejar abrir uma embaixada em Pyongyang, a política externa brasileira procura demonstrar sua "pretensão" de mudar as correlações de força no cenário internacional.

"A política externa brasileira age no sentido de tentar desalojar os países ricos de sua primazia", diz o professor. "É uma pretensão muito grande."

E, na opinião de Guilhon, o "grande potencial" do Brasil se concentra em outras áreas - por exemplo, na intermediação entre os Estados Unidos e a América Latina.

Participação brasileira

O diplomata brasileiro designado para Pyongyang ressalta que, para o Brasil poder ajudar na prática, é necessário que a Coreia do Norte convide o país a participar das negociações de desarmamento.

"O que estamos tentando com a embaixada em Pyonyang é demonstrar uma atitude 'possibilista'", diz Arnaldo Carrilho. "É ver até que ponto existe a possibilidade de evitarmos este rompimento da adoção das resoluções internacionais."

O embaixador acrescentou ainda que, por enquanto, o Brasil não poderia fazer parte das negociações de desarmamento que envolvem o grupo de seis países formado pelas Coreias do Norte e do Sul e por Japão, China, Rússia e Estados Unidos.

"Nós não temos esta intenção manifesta, nem poderíamos apresentar-nos como candidatos, tendo em vista que ser observador do grupo dos seis países depende de um convite deles", afirma Carrilho. "Não podemos nos fazer convidar."

* colaborou Fabrícia Peixoto, da BBC Brasil em Brasília

sábado, 23 de maio de 2009

Roh Moohyun, ex-presidente coreano, suicidou-se.

Segue abaixo a reportagem completa sobre o caso.
(http://news.chosun.com/site/data/html_dir/2009/05/23/2009052300624.html)

노무현 전 대통령 서거까지 재구성
Reconstituição até a morte do ex-presidente Roh Moo-hyun

경찰 발표와 주변 인물들의 증언을 종합해보면 노무현 전 대통령은 며칠 전부터 현 상황에 대해 고민을 하다가 유서를 작성하고 산행을 떠난 것으로 드러나고 있다. 다음은 주변 증언과 경찰 발표로 재구성한 노 전 대통령의 서거 직전 순간들이다.
Reunindo os testemunhos dos que estavam presentes à coletiva da polícia, ficou-se sabendo que, desde há alguns dias, o ex-presidente Roh Moo-hyun se mostrava preocupado com a situação atual e que acabou por escrever sua nota de suicídio antes de sair para seu passeio na montanha. Abaixo segue-se a reconstituição dos momentos anteriores à sua morte de acordo com os que testemunharam a coletiva da polícia.

주변 인사들에 따르면 노무현 전 대통령은 사흘 전부터 식사를 제대로 하지 못하며 고민에 빠져 있었다. 지지자들의 격려 전화도 받지 않고, 끊었던 담배도 다시 피우기 시작했다. 그리고 23일 오전 컴퓨터 전원을 넣고서 유서를 작성했다. 최종 저장 시각은 오전 5시21분이었고, 한글 파일로 작성했다. 화면에 그대로 떠 있는 상태로 남아 있었다. 다음은 유서 전문이다.
Desde há quatro dias o ex-presidente não conseguia se alimentar pela preocupação. Não atendia aos telefonemas de seus amigos e voltou a fumar. Na manhã do dia 23 (hoje) escreveu sua nota de suicídio em seu computador cujo horário de gravação é de 5h21 da manhã, deixando o monitor ligado ao sair. Abaixo segue a íntegra de sua nota.

너무 많은 사람들에게 신세를 졌다.
Deixei a muitas pessoas endividadas.

나로 말미암아 여러 사람이 받은 고통이 너무 크다.
Muitas pessoas sofrem por causa de mim.

앞으로 받을 고통도 헤아릴 수가 없다.
Não posso mensurar tampouco o sofrimento que está por vir.

여생도 남에게 짐이 될 일밖에 없다.
O resto de minha vida não será nada mais que uma desgraça para os outros.

건강이 좋지 않아서 아무 것도 할 수가 없다. 책을 읽을 수도, 글을 쓸 수도 없다.
Como minha saúde não está boa, não posso fazer nada mais. Não consigo ler ou escrever.

너무 슬퍼하지 마라. 삶과 죽음이 모두 자연의 한 조각 아니겠는가.
Não fiquem tristes. A vida e a morte não serão ambas um mesmo pedaço da natureza?

미안해 하지 마라. 누구도 원망하지 마라. 운명이다. 화장해라. 그리고 집 가까운 곳에 아주 작은 비석 하나만 남겨라. 오래된 생각이다.
Não se sintam mal. Não culpem a ninguém. É o destino. Cremem-me. Deixem apenas uma lápide bem pequenina em lugar próximo à minha casa. Isso é algo em que tenho pensado por muito tempo.


노 전 대통령은 컴퓨터를 끄지 않고 모니터를 그대로 켜놓고 5시 45분쯤 경호관 1명과 함께 자택을 나와 평소 자주 바라봤던 뒷산 부엉이바위로 산행을 떠났다.
Às 5h45, sem desligar o computador e deixando o monitor ligado, acompanhado de um segurança, saiu para seu passeio de costume na "Pedra da Coruja", montanha à qual sempre ia nos fundos de sua casa.

바위 위에 다다르자 노 전 대통령은 경호관에게 "담배가 있느냐"고 물었다. 이에 경호관이 "없습니다, 가져올까요"하고 묻자 노 전 대통령은 "됐다"고 대답했다.
Assim que chegou ao topo da montanha, perguntou ao segurança se ele tinha cigarros, ao que este lhe respondeu que não, se oferecendo a voltar para buscar em casa. O ex-presidente disse que tudo bem.

그리고 그는 "저기 사람이 지나가네"하고 산 아래를 쳐다봤다. 경호관이 눈길을 따라 아래를 내려다보는 동안 노 전 대통령이 몸을 아래로 던졌다. 높이 30미터 높이였고, 산행을 나선지 한 시간 가량 지난 오전 6시40분쯤이었다. 이 경호관은 경찰 조사에서 "이상한 느낌이 들어 ‘각하!’ 하고 소리치며 달려가는 순간 각하가 몸을 던졌다"고 말한 것으로 전해졌다. 경찰은 투신 현장에서 왼쪽 등산화 한짝과 피묻은 상의 한 벌을 발견했다.
Nisso, olhou para baixo e comentou: "Tem pessoas andando lá em baixo, né?", ao que o segurança desviou sua atenção para onde o ex-presidente havia apontado. Nesse instante, atirou-se da pedra de uma altura de 30 metros. Assumindo que a subida tenha sido feita em uma hora, isso ocorreu às 6h40 da manhã. No depoimento à polícia, o segurança disse que foi tomado por uma sensação estranha e gritou "presidente!". Nesse momento o presidente já estava ferido. A polícia disse que encontrou o pé esquerdo de tênis de montanhismo e uma peça de roupa manchada de sangue no local da queda.

이 경호관은 급하게 자택 숙소에 있던 경호원들을 불러 인근 세영병원으로 노 전 대통령을 이송했다. 하지만 노 전 대통령은 이미 의식을 잃었고, 부산대 병원으로 긴급이송했지만 8시 13분쯤 도착했을 때에 이미 자기 호흡이 멈춘 상태였다. 부산대 병원은 결국 오전9시30분 공식 사망을 확인했다.
O segurança foi apressadamente ao encontro dos outros seguranças que ficaram na casa e levaram o ex-presidente a um hospital nas proximidades. No entanto, o ex-presidente já havia perdido os sentidos e foi transferido às pressas ao Hospital Universitário da Universidade de Busan quando, ao chegar por volta das 8h13, já havia parado de respirar. Às 9h30, o HU da Universidade de Busan apresentou o comunicado de falecimento.

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O governo de Roh Moohyun estava atualmente sendo investigado por irregularidades.
Para maiores informações, verificar o artigo da Wikipédia em inglês que já está atualizado.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Síndrome de Sílvio Santos e o Ventilador Assassino



Coreano que é coreano tem pavor, horror, trauma de ficar careca. E uma consequência disso é quando chove. Basta cair uma gotinha de chuva que todos abrem seus guarda-chuvas, e quem não tem sai numa disparada até o ponto mais próximo onde possa se abrigar contra os pingos mortais.

Qualquer coreano a que se pergunte o porquê disso dirá: "é porque a chuva é ácida". Dizem eles que a chuva para chegar aqui passa pela China e lá é carregada de partículas de poluição com elementos químicos mortais para o couro cabeludo e que tudo isso vem desaguar por aqui.

Eu quando saio na garoa por falta de guarda-chuva é o absurdo dos absurdos para meus colegas que querem porque querem me enfiar debaixo do único guarda-chuva que já protege dois outros coreanos. Eu, com o meu tamanho, acho isso um despropósito, já que, quando de carona sob o mesmo guarda-chuva, eu me molho mais do que sem o próprio: isso porque só a cabeça é que fica protegida e o resto fica debaixo da goteira do guarda-chuva que concentra todos os pingos nos meus ombros e nas costas... o.O Se é pra molhar, sou da opinião que se deve molhar igual (a não ser que seja uma tromba-d'água) e não concentrar o "molhamento" em uma região do corpo salvando meus lindos tufos capilares. Eu até tento explicar-lhes isso, mas não há quem os faça entender. Ah, e meus cabelos continuam se portando da mesma forma que se portavam no Brasil... cair até que caem, mas ainda não sinto que estou à caminho da calvície.

Aqui é cheio dessas crendices (que podem até ter algum fundo de verdade) como o nosso "leite com manga" e etcéteras. O mais engraçado, no entanto, é a crença que se se dormir com o ventilador ligado dentro de casa, a pessoa morre. Meu Deus! Acho então que sou um Highlander! Tudo bem... até já peguei resfriado fazendo isso, mas morrer, pelo menos no que me diz respeito, acho que ainda não morri! :) Aqui nem se cogita em se fazer tal ato! Eles morrem de medo.

Maio, o "mês familiar"

Hoje, 15 de maio, é o dia dos professores por aqui. É uma dada muito mais celebrada por aqui do que o é no Brasil. Hoje é dia de se ver várias pessoas carregando pra lá e pra cá flores e bolos (que são caros por aqui) e outros presentes para oferecerem a seus mestres. Hoje é dia de agradecer o ano de agruras e sofrimentos pelos que os professores fazem os jovens pupilos passar.
O dia 8, o dia dos pais, mas no sentido pais = pai + mãe, quando os filhos dão seus presentinhos aos pais agradecendo a pressão que eles recebem para se matarem de estudar e passar só nas melhores universidades do país...
Além disso, tivemos no dia 5 o dia das crianças (feriado, ou "dia vermelho" como dizem por aqui, por causa da cor desses dias no calendário) onde a família sai para parques com seus filhotes brincando, andando de bicicleta, fazendo piqueniques, etc.
E abrindo o mês, no dia 2, tivemos o Festival das Lanternas comemorando o nascimento do Śākyamuni, Siddhārtha Gautama, o buddha.
Além de ser considerado o mês familiar com dias importantes como o dia das crianças, o dia dos pais e o dia dos professores, é também, juntamente com outubro, um mês muito esperado pelo fato do feriadão que se forma no início do mês e quando a maioria do povo tem um tempinho a mais para relaxar e descansar da correria do dia-a-dia.

Então, feliz dia dos professores!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Agradecimentos

Apesar de minha inerente falta de tempo e consequente abandono de meu blogue às traças durante longos períodos, gostaria de agradecer a todos os que passam por aqui e leem as bobeiras que escrevo, comentam e me dão retorno. Aceitem meu muito obrigado! :)

Tenho também tentado ler e acompanhar os outros "BBC" (Blogues Brasil-Coreia), mas ultimamente tempo é algo que me tem faltado... Eu que comecei meu bloguezinho sem muitas pretensões, mais como um meio de me manter em contato com a família e os amigos que deixei no Brasil, tenho me surpreendido com a "concorrência" (no ótimo sentido da palavra) que desde que comecei em 2006 vem crescendo e se multiplicando na forma de blogues da mais alta qualidade (principalmente no conteúdo). Isso que fazemos por prazer ao escrever nossas histórias, no meu ponto de vista, é algo de extrema importância no âmbito das relações entre os dois países: estamos criando uma rede de informação Brasil-Coreia e mostrando que "não só de cachorro vivem os coreanos". A falta de informação sobre este país no nosso é absurdamente grande e por meio de nossos escritos temos podido mostrar um pouco mais da Terra da Manhã Calma ao País do Futebol. Temos levantado o véu enevoado que cerca a compreensão brasileira a respeito da Coreia, mostrando seus pontos positivos, negativos, comparando com nossa realidade e, enfim, chegando à conclusão que não há neste mundo um lugar perfeito, já que a complexidade do ser humano está presente nos diferentes lugares na forma de tradições, culturas e línguas diferentes, o que só faz aumentar a beleza e a curiosidade dos que se aventuram por outros "mundos". A Coreia é ainda muito pouco conhecida no Brasil e no mundo. Alguns até mesmo nem sabem direito que ela existe ou onde fica. Por meio de nossos textos vamos levando um pouco deste novo mundo ao nosso povo e assim cada vez mais unindo os laços entre o oriente e o ocidente.

Novamente agradeço a todos os que colaboram com este blogue e com a minha pessoa de forma direta por meio de comentários ou mensagens eletrônicas ou de forma indireta, os anônimos que não só do Brasil como também da Áustria, França, Paraguai, Cingapura, Portugal, Espanha, Bolívia, Canadá, Itália, EUA, Reino Unido, Japão e tantos outros que apenas leem o que tenho escrito por aqui e voltam de vez em quando pra ver se o "sem-tempo" aqui resolveu escrever mais um pouquinho que seja no Kimchi com Café.

Um grande abraço a todos e muito obrigado!

Juliano

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Aproveitando o dia da libertação dos escravos...

Eu como escravo dos meus estudos de mestrado na Universidade Nacional de Seul, aproveitarei o 13 de Maio para escrever um pouquinho mais para meus leitores que devem estar se perguntando que fim terei levado.



Com a primavera, não só as cores e a vida retornam em forma de folhas e flores, insetos e pólen, como também em forma de pessoas alegres e faladoras num vai-e-vaem sem fim pelas ruas e montanhas. Com a primavera também chega a época dos festivais de rua. Depois de quase seis meses entocados em ambientes fechados, os coreanos saem de casa com tudo, festejando a primavera que chegou.

Quem passou pelo blogue do Henrique e do Gustavo (os da minha turma) ou os outros blogues de brasileiros-coreanos já deve estar a par da festividade que aconteceu aqui em Seul na semana passada. É isso mesmo: é uma semana inteira de apresentações culturais e históricas e também de muitas "coreanices" (quem mora aqui sabe o significado do termo). Isso tudo culmina com o "Festival de Comidas Estrangeiras" no último domingo do festival chamado "Hi! Seoul Festival" (informações aqui e aqui) que acontece todo ano desde 2003.

Quem quiser saber das peripécias dos KGSS (Korean Government Scholarship Students, ou seja, Estudantes da Bolsa do Governo Coreano), basta ler os posts do Henrique e do Gustavo (já que a dona Briza não se digna a atualizar seu blogue que contém nada mais nada menos do que um único post escrito quando da chegada da mesma "senhourita" a estas bansas).

Eu vou escrever sobre outro festival: o da Universidade Nacional de Seul.



Na UNS temos anualmente dois grandes festivais que acontecem exatamente quando o clima está agradável e "sobrevivível", isto é, um na primavera e outro no outono, já que no inverno e no verão não dá... (Eu pessoalmente acho o verão "mais pior de ruim" ainda que o inverno. Mas brasileiro que é brasileiro e que não conhece o verão coreano nunca crê "neu".)

O festival por aqui geralmente acontece durante uma semana (com mais intensidade durante uns dois ou três dias, já que a coreanada tem que estudar) e se resume a apresentações culturais, sendo a grande maioria musical com alguma coisa de dança, as quais normalmente ninguém assiste; e barraquinhas de comida esparramadas por todos os cantos com milhares de pessoas comendo e se deliciando com a mesma comida que se pode comer em restaurantes acessíveis que existem em todos os lugares por aqui, os "bunshikjip", mais conhecidos pela alcunha de Kimbab Cheonguk", ou seja, "Paraíso dos Kimbabs" (aqui e aqui são lojas que copiaram o nome do restaurante que faz sucesso na maior cara-lavada). Só esse fato já é interessante. Coreano que é coreano não inova muito quando o assunto é gastronômico: eles preferem ficar no arroz com feijão, ops, no arroz com kimchi quotidianos (o que não é muito diferente do brasileiro mediano). A diferença está no fato de que, além das comidinhas servidas, há também bebidas! Bebidas!!! Para um ser acostumado ao Brasil onde a grande maioria bebe, e sem muita hora para tal, havendo pessoas que já começam o dia com uma "cerveja da manhã" ao invés de um "café da manhã", pode parecer natural, mas, na Coreia, o negócio é diferente: aqui quase ninguém bebe durante o dia! E quem bebe é olhado de rabo de olho pelos outros que começam a falar mal do beberrão por trás. Normalmente só se veem pessoas de mais idade bebendo, já que como ninguém se atreve a contradizer uma pessoa idosa, eles fazem o que bem entendem a torto e a direito (graças ao Confucionismo imperante na sociedade coreana). Mas hoje, como é dia de festival, as barraquinhas todas saem vendendo garrafas e mais garrafas de bebidas alcoólicas dentro do câmpus e todos os alunos e alguns professores se fartam e aproveitam a liberdade consentida e preenchem suas caras com álcool.

Das bebidas consumidas há de tudo. De cerveja a uísque passando por todos os degradês de cores e graduações alcoólicas. No entanto, a mais consumida e, consequentemente, a mais oferecida pelo comércio "barraquístico" é o Makkeolli, um vinho (?) de arroz típico da Coreia que contém um pouco de gás e que deve ser chacoalhado (ou agitado, se preferirem) antes de usar: o que eu acho bem engraçado, já que muitas vezes por causa disso ele espirra quando a garrafa é aberta e é relativamente comum ver pessoas tomando banho daquela substância leitosa por falta de atenção na hora de abrir a garrafa... e isso porque eles fazem isso a vida toda... e não aprendem que espirra! Hoje mesmo eu vi uma senhora (tinha até cara de professora, mas até aí não sei) abrindo a garrafa devagarzinho enquanto batia o maior dos papos e nem sabia o que estava fazendo; só acordou do transe conversacional em que estava depois de ficar ensopada.


Além disso, ontem também teve barraquinhas do "International Food Festival", ou seja, "Festival de Comida Internacional" por aqui também. Uma cópia miniatura do que aconteceu no centro de Seul no domingo totalmente gerida pelos estudantes da universidade, normalmente o pessoal do curso de língua e alguns da graduação (eu que sou da pós não tive tempo de participar, vocês já devem ter imaginado). Fui ontem prestigiar a turminha brasileira e comi uma coxinha que estava uma "diliça" com "queijo cremoso" dentro (gostaria que fosse requeijão... hmmm... (saliva escorrendo do canto da boca)). Mandei ver logo duas e uma caipirinha de Soju e Saida, um refrigerante de limão estilo "Sprite" que tem por aqui, além de limão daqueles amarelos. E até que não tava tão ruim! (Acho que é por já estar por aqui há mais de dois anos... eu nem lembro o gosto de uma de verdade...)

O problema é que por falta de tempo, não deu para passar pela barraquinha dos outros países... Mas de qualquer forma, a coxinha já valeu a pena. Quando vocês comerem dessas iguarias brasileiras por aí, por mais simples que possam parecer, pensem em mim e me mandem, nem que seja só por telepatia, um pedacinho!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Vamos tirar proveito da tecnologia!^^

Aqui em cima, vocês devem ter percebido um novo elemento na página do meu blogue: é uma caixa de pesquisa em todos os blogues que eu conheço de brasileiros que vivem na Coreia.

Já andei fazendo um teste e funciona direitinho!^^

Assim, fica mais prático para todos nós encontrarmos informações que se não for assim, ficariam esquecidas e empoeiradas nos arquivos...

Espero ter ajudado um pouquinho.

(Quando tiver um tempinho mais, volto a escrever "que nem gente". OK?)

Abraços a todos!

PS: Se você também também mora aqui no País da Manhã Tranquila e tem um blogue o qual eu ainda não conheça, por favor entre em contato para que eu possa adicionar seu blogue à lista de pesquisa!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Tirando a poeira desta joça

Oi, meninos e meninas!

Tudo bem com vocês? Espero que sim.
Por aqui vai tudo bem, apesar de muita coisa pra fazer. Estudo, trabalho, pesquisa, tese...
E quando sobra um tempinho, eu só quero saber de descansar um pouco e aí o blog vai ficando jogado às traças.
Não que eu queira, mas é que também não me vem nada de interessante à cabeça para postar por aqui.
Minha cabeça nem tá funcionando direito ultimamente, de tanta coisa que eu tenho que enfiar aqui dentro, entra uma coisa nova, saem duas coisas velhas... tá por aí.
Agora estou estudando mais uma língua de programação para poder fazer o que o professor está pedindo já que o programa que eu fiz em java ficou um pouco pesado e ele não gostou porque demora muito pra carregar.
O problema é que já faz tempo que não tenho férias, ou mesmo um tempinho, alguns dias sem pensar em nada... a cabeça vai cansando e o corpo vai atrás.
Não queria ficar escrevendo sobre essas coisas aqui no blogue, mas como não vem nada mais interessante, acabei finalmente escrevendo este postzinho vagabundo. Meio que um pedido de desculpas a meus amigos e leitores que ficam à espera de notícias da Coréia.

Um grande abraço a todos e desejem-me sorte na quase reta final do meu curso.

Até a próxima.

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