Pois é... Aquele dia eu disse que ia estar com mais tempo etcétera e tal, mas, como alegria de pobre dura pouco, minha felicidade se esvaiu tristemente pelo ralo das ocupações que pululam pela Terra da Manhã Tranquila.
Deu um esfaniquito no meu orientador que decidiu me orientar a caminho da minha graduação. Chegou uma mensagem pra mim para que o encontrasse para conversarmos. Neste país, normalmente, o assunto em questão nunca é tratado de antemão, só ficamos sabendo na hora do tête-à-tête. Pois bem, quando cheguei à sua sala, ele me pediu pra puxar a cadeira (e quando isso acontece é por que "senta que lá vem a história") e pus-me então a imaginar de que se trataria tudo aquilo. De repente, não mais que de repente, quase que subrepticiamente, olha pra mim e diz: "precisamos conversar". Mil coisas passaram por minha cabeça em um átimo, mas depois de alguns segundos, ele começou a sabatina: "Quando você vai terminar? Este não é seu último semestre? Ah, você vai pedir extensão? Faltam dois semestres então? E a tese? Já pensou em algo? Não vai fazer aquilo? Então que tal isso? (Conversa em que são feitas as perguntas e respondidas pelo questionador.) Então precisamos nos reunir para discutir seu trabalho. E parari parará..." No fim das contas, meu orientador resolveu me orientar. Isso foi uma coisa boa que me aconteceu na semana passada.
E eu sinto mesmo que preciso de um orientador mais próximo, já que nunca em minha vida havia estudado linguística computacional e os conceitos ainda estão um pouco confusos em minha cabeça. Devo dizer que aprendi bastante até aqui, mas ainda assim não sei muito bem como continuar sem uma orientação mais direcionada. E outra que eu funciono bem melhor sob pressão e direcionamentos externos, já que eu sempre me perco em milhares de pensamentos e acabo perdendo o rumo do que fazer quando estou por conta. (Um grande defeito de minha pessoa...)
Vamos ver no que vai dar agora.
Outra passagem interessante que ocorreu na semana passada foi a vinda de alguns estudantes da minha bolsa a Seul para visitarem universidades. Estes são dos que chegaram em julho/agosto e ainda estão no curso de língua. Só que agora eles têm que escolher a(s) universidade(s) à qual querem se candidatar (e por aqui o pessoal só fala "aplicar", calque do inglês "apply to a university"... para mim soa bem estranho. Aplicar para mim é cola no papel, demão de tinta na parede, ou, ainda, aplicar-se nos estudos... Como não tenho um bom dicionário de português aqui para checar os vários significados da palavra não posso dizer se em português é também possível dizer "aplicar na universidade X", mas que me soa bem estranho, isso soa.). Bem, por isso, fui com a Cláudia (Paraguaia), a Emek (Turca) e a Olga (Cazaque) à Universidade de Seul, Hanyang, Kyung Hee, Korea na segunda e na terça. Para mim foi legal passear um pouco e ver o mundo fora da Universidade de Seul. Também foi praticamente a primeira vez que voltei a Kyung Hee depois que terminei meu curso de coreano lá. Praticamente porque tivemos a festa de final de ano lá agora no ano passado, mas fomos de ônibus da Univ. de Seul direto para a porta do prédio onde aconeceria a festa e não vimos mais nada. Desta vez, fomos de metrô, pegamos o "onibinho" que vai até a faculdade, caminhamos pelo câmpus, visitei um dos prédios onde tive aulas... Foi mais divertido.
Outra coisa que estou fazendo também é dar aulas de português ao futuro Adido Militar da Embaixada da Coréia do Sul em Brasília. Isto também é bem interessante. E, como ele já tem uma boooa base de português, já que ele fez seu mestrado em terras tupiniquins, nossas aulas são discussões a respeito de história e cultura de ambos os países. Finalmente um coreano que fala português melhor que inglês! =) É um aluno muito bom mesmo.
E, acabaram-se as férias! (Como se eu tivesse tido alguma!) As aulas se reiniciam esta semana. E eu, pra variar, me esqueci de fazer matrícula... Igual ao semestre passado. Agora vou ter que me inscrever durante o período de regularização de matrícula, quando podemos trocar e cancelar matérias e nos inscrever em matérias novas. Estava pensando em fazer uma matéria que é mais ou menos relacionada a linguística computacional, e já estava quase decidido quando, não mais que de repente, chega a meu laboratório um amigo japonês para bater papo... nisso, disse a ele que estava pensando em fazer essa matéria e ele respondeu-me que ele já a havia feito, mas que para ele tinha sido um pouco difícil já que ele não é do ramo de linguística computacional e etc. Conversa vai, conversa vem, ele começou a contar a respeito do professor que é bom, sabe do que está falando, mas que perde o fio da meada com frequência e, para poder dar tudo o que planejou para aquela aula, ele vai esticando a aula, normalmente meia hora a mais, isto é, as aulas que normalmente têm 3 horas, acabam ficando com 3 e meia. No entanto, há vezes em que ele estica, estica, vai falando e as aulas acabam por ter 5 horas de duração! Não obstante ter de aguentar uma aula que vai das 10 da manhã às 3 da tarde, há vezes que para chegar o conteúdo no ponto do planejado do programa, ele se vê obrigado a dar aulas de reposição as quais são feitas normalmente aos sábados e, pasmem, domingos! Agora eu te pergunto, ó querido leitor, eu vou fazer um trem desses??? Vai ser mais uma dor de cabeça gratuita para mim. Ainda mais que agora tenho de pensar na tese e tudo o mais. Resolvi que vou fazer uma aula chamada "Cursos especiais sobre línguas", a qual, neste semestre, apresentará a língua mongol. Como para língua pura e simples, meu cérebro funciona bem melhor, vai ser bem mais sossegado pegar essa aula do que ficar me matando com professores prolixos e sem rumo. Já me bastam os que já tive, não quero mais sarna para me coçar.
Bem, fica aí meu relato a respeito dos últimos acontecimentos por aqui. Tem até mais coisas, mas ainda tenho que me preparar para a aula de português.
Um abraço pro 6.
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:o)
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