Itens compartilhados de Juliano

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Premeditando o breque

Uma de minhas mais antigas lembranças de infância era uma fita K7 (ô coisa velha, hem?) onde havia gravada a trilha sonora da novela "Ninho da Serpente", da Bandeirantes se não me engano. Lá pelos idos de 1981. Lembro até hoje da fita Scotch transparente de 60 minutos... Meio parecida com esta:

E, como a fita era de 60 minutos, quem gravou resolveu preencher os espaços ao fim de cado lado com músicas diversas e sortidas.
Uma delas me chamava a atenção. Era uma mistura de ficção científica com comédia, e falava de ... línguas! Olha só... eu já era louco por línguas desde aquela época e não sabia!
A música era "Brigando na Lua" do grupo paulista Premeditando o Breque.
Agora há pouco, sem querer, me deparei com essa música e resolvi colocar aqui pra vocês conhecerem.
Aí vai:

Abaixo, vai uma versão mais recente:

E a letra:

Existem fatos que acontecem por aí
E a gente até nem desconfia:
Coisinhas da teosofia.
Estava eu andando numa rua deserta
Sem população
Tipo das de televisão.
De repente no céu vi um fulgor clarante
A resplandecer.
Foi quando comecei a crer
Que estava sonhando
Aquilo era um pesadelo
Nada estava se passando. Perdão?

Então na minha frente apareceu
Uma coisa verde um tanto louca:
Tinha três olhos, duas bocas.
Disse assim para mim entrar
Na sua nave intergalática,
Pra fazer uma turnê lunática.
Me convenceu ao mostrar
Sua pistola de raio laser.
E apontando pro meu blazer,
Reforçou o convite
Me mostrando um cavaquinho
Com pedal phaser.
(Inovação de japonês)
E ao chegar na lua,
Recebeu-me o presidente
E sua comititiva,
Falando sua língua nativa:

(Presidente falando em Lunês)

Num entendi nada
Porque aqui na Terra não tem curso de lunês.
É só alemão, francês, inglês.
Tentei falar outros idiomas:
Sânscrito, esperanto, bizantino
Latim, hebraico, nordestino.
Me senti acoxambrado,
Apelei pra mímica
Que é o idioma dos calados.

(Monólogo em "mimiquês")

Fiz todos os sinais que aprendi
Na longa estrada da minha vida. (mamãe, mamãe, mamãe)
Lembrei da minha infância querida,
Mas depois de improvisar um positivo,
Aí que coisa ficou preta:
Até o rei fez uma careta.
É que, na lua, este sinal significa
Falta de hombridade. Ih... barbaridade!
Fiquei apavorado ao ver
Naquelas verdes faces o ar de inimizade.
Aí que eu briguei sem gravidade.

(Cena de "Matrix" na lua...)

Ponta-pé, soco no olho, cascudão,
Tudo em câmera lenta.
Tem pouca gente que agüenta.
Saltei de banda, chamei um táxi,
E, com sorriso varonil,
Disse: "eu quero ir pro meu Brasil".
Desci no Ipiranga, às margens plácidas.
E, como ainda era dia,
Contei a história pra minha tia
Que, mais do que correndo
E me achando louco,
Me mandou pra delegacia.

"Ô, qualé o ploblema com o cidadão aí ô meu?
Ô Denílson, leva o rapaz aqui pra conhecer a sala de massagem..."

(Naqueles tempinhos da ditadura ainda...)

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