Oi, gente!
Faz muuuito tempo que eu não escrevia aqui no blog. Tudo graças à época de provas, trabalhos, apresentações, etc, etc. Não foi fácil, não. Apesar de eu ter apenas 3 matérias, eu me sinto como se tivesse dez.
Tudo começou um pouco mais de um mês atrás, quando tive que começar a preparar minha apresentação de sintaxe a respeito de "Retomada, Ciclicidade Sucessiva e Localidade de Operações" na língua irlandesa. O texto tinha umas 50 páginas e, por ser longo, foi dado a duas pessoas: eu e uma menina chinesa. O problema é que essa menina não entende quase nada de inglês e, durante todas as vezes em que nos encontramos, ao invés de discutirmos a respeito do texto, eu tinha que (tentar) traduzir o texto junto com ela. Ficamos mais de 30 horas só na metade do texto e eu tive só uma noite para preparar a minha parte, que era a outra metade. Foi uma beleza. E o melhor, é que na noite anterior à apresentação, ela me mandou o que ela preparou e aí me dei conta que ela tinha feito um capítulo a menos do que havíamos combinado, sobrando para mim entender e explicar o que ela deixou pra trás. E, para completar, eu tinha pegado gripe e estava me sentindo péssimo.
No dia seguinte, foi feita a apresentação e eu me surpreendi, porque esta professora, durante todas as outras apresentações dos outros alunos, sempre interrompia e explica isso ou aquilo, mas durante a minha, ela ficou quietinha e só balançava a cabeça concordando com o que eu dizia. Fiquei surpreso com isso, e mais ainda quando no final ela se virou pra mim e disse: "muito boa apresentação, viu?". Fiquei bem feliz com isso, e levantou meu ânimo para enfrentar as 3 semanas "maravilhosas" que me esperavam pela frente.
Na segunda-feira passada, tive uma apresentação na matéria de Lingüística Computacional Prática, onde falei sobre uma linguagem atualmente em criação por pesquisadores da Universidade do Minho para a criação de ontologias. Depois, na quarta, tive a prova final da matéria de Lingüística Computacional Teórica. Essa foi de amargar. Apesar de ter estudado, não me lembrava das fórmulas para a aplicação na hora da prova. Na verdade, as provas deste professor, que, diga-se de passagem, é meu orientador, são o ó. Na hora das aulas, ele passa como uma borboleta pela matéria, "explicando" (pelo menos é o que eu acho que ele acha que está fazendo), lendo as apresentações de power point que ele chupinha prontas de alguma universidade dos Estados Unidos, e, na hora da prova, ele pede pra gente dar os valores (calculados na mão com uma calculadora) que o programa daria se estivesse rodando no computador. Isso é o cúmulo. Para um resultado de cinco linhas de programa, o que o computador levaria menos de um segundo para rodar, nós levamos muitos e muitos minutos para digitar na calculadora e escrever passo-a-passo, o estado do programa ao fim de cada operação. Outra, se fosse apenas uma ou duas questões desse tipo, até que vá lá, mas foram umas oito! Haja paciência... Além disso, ele nos deu apenas duas horas para fazer tudo isso. Depois de acabar o tempo, e ninguém ter conseguido terminar, ele acabou dando mais meia hora. No final, nem sei o que esperar dessa prova.
No dia seguinte, tivemos uma prova de sintaxe. Também oito questões para serem resolvidas em 3 horas. Até aí, tudo bem porque era prova de consulta. O problema é que quando eu terminei de responder todos os 6 ítens da primeira questão já havia passado uma hora e meia... Comecei a correr, mas ao término das 3 horas, a professora chegou e ninguém tinha feito nem a metade. Ela então disse que poderíamos ficar até às 6 da tarde, que era quando ela sairia da universidade. Depois de 5 horas de prova e mais de 10 páginas (A3) escritas à mão, eu havia conseguido terminar uns 90% da prova. Mais que isso eu não conseguia fazer, não sei se por ignorância das respostas ou por fastio mesmo de escrever tanto sem descansar. O cérebro já não funcionava mais como deveria...
Logo depois dessa aventura digna de um recorde no livro do Guiness, reunimo-nos, eu mais os dois caras que trabalham comigo no Laboratório de Lingüística Computacional, e um menino e uma menina que trabalham no Centro de Pesquisa de Sintaxe para irmos comemorar nossa sobrevivência a um episódio tão singular. Fomos ao bairro mais próximo da universidade e entramos num restaurantezinho para comer frango (que não estava mal, apesar de seco de tão cozido...) e mandamos ver na cerveja. Depois, fomos a um outr restaurante especializado em caracóis chamados "sora" e "golbengi" muito utilizados durante a bebedeira de soju, a bebida nacional coreana. Além disso, no final, ainda resolveram pedir "kijoge", uma concha parecida com mexilhão mas tamanho-família, com molho e queijo mussarela, assada na brasa.
Nem preciso falar em que que deu essa mistureba no meu bucho, né? Principalmente depois de pegar mais de 40 minutos de metrô sacolejante de volta para casa e passar três estações depois da que eu teria que descer às 12:45, sendo que meu dormitório fecha as portas à uma hora, né? Nem preciso falar... Mas, no final das contas, pelo menos consegui pegar um táxi, sair correndo e alcançar as portas abertas. Pelo menos consegui dormir na minha cama quentinha...
Vou ficando por aqui hoje, porque estou com muito sono e amanhã tenho minha última aula deste semestre. Volto em breve.
PS: Aí vai um videozinho do segundo lugar, com o Munhyeong comendo caracóis, o Sangcheol falando "Tá bom" (que é marca de suco de laranja aqui) e a Suyeong perguntando como se fala Brasil em "brasileiro"...
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